| 18/01/2007 10h12min
O presidente da Bolívia, Evo Morales, pedirá a seu colega Luiz Inácio Lula da Silva que tenha "solidariedade e generosidade" com a Bolívia para pagar um "preço justo" pelo gás do país. A declaração foi feita antes que Morales embarcasse para o Brasil, para participar da Cúpula do Mercosul, nesta quinta e na sexta-feira, no Rio.
– A Bolívia não pode seguir subvencionando o gás ao Brasil – disse Morales, ao questionar negócios "turvos e sujos" que foram realizados pelos governos anteriores do país com "algumas empresas petroleiras".
A Petrobras paga à Bolívia cerca de US$ 3,2 por milhão de BTU (Unidade Térmica Britânica). O valor foi estabelecido no atual contrato de exportação, vigente por 20. A Bolívia também exporta 7,7 milhões de metros cúbicos de gás natural para a Argentina e destina ao mercado interno uma quantia entre 4,8 milhões e 6 milhões de metros cúbicos diários de gás.
Morales também reiterou suas críticas ao compromisso de venda do gás à cidade de Cuiabá, no Estado do Mato Grosso, vendido a US$ 1,09 por milhão de BTU.
– Isso tem que mudar. Como o presidente Lula sempre fala de generosidade e solidariedade, agora queremos ver o que governo do Brasil vai fazer. Confio muito que o presidente Lula vai elevar o preço – acrescentou.
Segundo ele, o "preço justo" pelo gás poderia estar em torno de US$ 5 por milhão de BTU, mais ou menos o valor pago pela Argentina.
O presidente boliviano também disse que, se a Bolívia tornar-se membro pleno do Mercosul, será para buscar "reformas profundas'' do processo de integração em favor dos setores mais marginalizados.
Mas ele advertiu que, se o Mercosul e a Comunidade Andina de Nações (CAN) não responderem às necessidades das maiorias, serão necessários "outros modelos (...) de integração que resolvam os problemas econômicos do povo''.
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