| 26/12/2006 18h34min
O Natal já passou, mas o espírito de solidariedade que contagia a todos na data prevaleceu nesta terça, 26 de dezembro, na Vila Belmiro. Craques do futebol brasileiro e europeu se encontraram para desfilar seu talento em um amistoso que reuniu os amigos de Robinho, ex-ídolo do Santos, contra os amigos de Carlos Alberto. Melhor para a equipe do ainda jogador do Corinthians, que venceu por 5 a 4.
Aproveitando o forte calor da Baixada, os torcedores amantes do futebol e não somente do Santos lotaram as arquibancadas da Vila Belmiro para ver Robinho, Carlos Alberto, Elano, Vágner Love, Diego, Denílson, e Romário, entre outros. Confirmados pela organização do amistoso, Deco, craque do Barcelona, Renato, do Sevilla, e Ilsinho, do São Paulo, não compareceram à Vila Belmiro.
Como era de se esperar, os jogadores que ajudaram o Santos a conquistar o bicampeonato brasileiro foram os mais festejados pela torcida. A entrada de Robinho em campo levou a arquibancada ao delírio e, com o microfone nas mãos, o craque do Real Madrid agradeceu a presença maciça do público.
Com a bola rolando, Denílson e Robinho, juntos no ataque do time azul, usaram e abusaram da habilidade, fazendo malabarismos em frente aos marcadores e matando as saudades dos torcedores de Santos e São Paulo. Pelo time branco, Carlos Alberto, ainda sem destino em 2007, pecou na forma física, mas compensou com vontade e habilidade na armação das jogadas.
Para ficar completa, a festa precisava de gols. E eles vieram aos montes. O primeiro, marcado aos 15 do primeiro tempo, foi de um ex-santista, mas totalmente identificado com o Corinthians: Marcelinho Carioca. Bastou o Pé-de-Anjo estufar as redes para receber as vaias da torcida.
Três minutos depois, em jogada que trouxe lindas lembranças aos santistas, Robinho deu um chapéu no árbitro Oscar Roberto de Godoy e tocou para Deivid. Este serviu Diego, que entrou na área pela direita e bateu cruzado, forte, sem chances para Sérgio: empate e delírio na Vila Belmiro, que ovacionou o melhor jogador do primeiro turno do Campeonato Alemão.
A tônica do duelo continuou a mesma. Quando os corintianos ou ex tocavam na bola, as vaias apareciam. Já quando Robinho e Diego partiam para cima da defesa, a torcida delirava. Aos 29, Robinho recebeu livre na área, driblou Sérgio e chutou duas vezes para balançar as redes. Na seqüência, foi a vez de Romário, a 13 gols do milésimo na carreira, marcar e deixar tudo igual novamente: 2 a 2.
Para não ficar atrás de Robinho e Diego, Deivid, outro jogador adorado pela torcida do Peixe, aproveitou cruzamento precioso de Denílson e só cumprimentou de cabeça, aos 35 da etapa inicial, colocando mais uma vez o time azul em vantagem.
Aos 38, Carlos Alberto pegou bem na bola de fora da área, fez 3 a 3 e foi provocar uma das torcidas organizadas do Santos. A resposta foi imediata: “Leão, Leão, Leão”, gritaram os torcedores, tomando partido do técnico corintiano na briga com o jogador.
Restando dois minutos para terminar o primeiro tempo, Robinho fez valer a festa. Passou por toda a zaga do time branco e, ao ver Sérgio caído, cutucou para as redes fazendo seu segundo gol na partida. Na comemoração, escalou o alambrado e caiu nos braços da torcida que nunca o esqueceu.
No segundo tempo, a festa continuou, mas a chuva que caiu a partir dos nove minutos colaborou para que a outra chuva, a de gols, ficasse mais escassa. Os protagonistas das equipes continuaram em campo, mas os times ganharam novas caras. Desconhecidos da bola, como Tião, Galão e Gil, amigos pessoais de Robinho, tiveram a chance de atuar no gramado que consagrou Pelé. William, mais um que passou pela Baixada, também marcou presença.
Aos 11 minutos, em um pênalti arrumado pela arbitragem, a torcida exigiu e William partiu para a cobrança, recebendo a bola de Robinho. Lembrando os tempos que defendia o Peixe, o atacante bateu mal, facilitando a defesa de Thiago, goleiro da Lusa, que entrou na etapa final da festa. Sete minutos depois, Caio igualou o placar da solidariedade.
Quando o jogo já parecia definido, eis que aquele que é apontado como o sucessor de Robinho entra em cena. Neymar, de apenas 14 anos, recebeu passe do veterano Romário aos 44 minutos, cortou o zagueiro e o goleiro e completou para as redes. Apesar de candidato a “Príncipe das Pedaladas”, o menino jogava no time de Carlos Alberto, que acabou vencendo por 5 a 4.
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