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Manifestantes contrários aos Estados Unidos saíram às ruas de várias cidades da Ásia na quarta-feira, primeiro aniversário dos atentados de 11 de setembro, pedindo que Washington não entre em guerra contra o Iraque. Dezenas de ativistas de esquerda nas Filipinas carregaram flores em homenagem às vítimas dos atentados, mas tinham também cartazes pedindo a paz e a justiça em vez da "guerra ao terror'' e dos ataques ao Iraque.
Armados com metralhadoras e fuzis automáticos, soldados ocuparam a frente do prédio da embaixada americana em Manila, mas o expediente diplomático foi normal. Um batalhão de choque bloqueou os manifestantes a cerca de 200 metros da embaixada, sem violência. Na Tailândia, a manifestação também aconteceu em frente à embaixada dos EUA e misturou dezenas de budistas, muçulmanos e ativistas antiglobalização. Eles gritaram slogans antiamericanos e exibiram cartazes, e pelo menos um manifestante agitava uma camiseta estampada com a foto de Osama bin Laden, suposto autor intelectual dos atentados.
"Pare a América idiota, pare a guerra'', dizia um cartaz. ''Não bombardeie o Iraque, bombardeie a América'', afirmava outro. A polícia, bastante armada, não interferiu. O professor de Ciência Política Ji Giles Ungpakorn, que participou da manifestação, não acha indelicado protestar nesta data.
– Acho um dia sensível para todos nós e não queremos ver mais guerras, mais tragédias – afirmou. – Este foi um ano em que, em vez de rever suas políticas, os Estados Unidos criaram condições que vão acentuar a violência, o terrorismo e a guerra.
No Japão, uma dúzia de pessoas em trajes budistas bateu tambores e entoou cânticos religiosos em frente à embaixada norte-americana, também pedindo paz. A segurança do evento incluiu dezenas de atiradores de elite e um veículo blindado equipado com uma metralhadora. A polícia bloqueou o trajeto da passeata, mas permitiu que cerca de cem simpatizantes dos EUA fizessem uma vigília pacífica em frente à embaixada, com bandeiras do país e coroas de flores. A chuva dispersou ambas as manifestações.
Na Indonésia, a maior nação muçulmana do mundo, não houve manifestações de antiamericanismo, mas um líder religioso fez um duro discurso.
– Há muita desconfiança entre os muçulmanos de que os Estados Unidos mantêm atitudes e posturas dúbias quanto aos muçulmanos, especialmente quando se observam as políticas norte-americanas na Palestina e em Israel – disse Azyumardi Azra, reitor da Universidade Estatal Islâmica, um reduto de moderados.
As embaixadas dos EUA estão fechadas na quarta-feira na Indonésia, Paquistão, Malásia, Camboja e Vietnã, por causa da ameaça de atentados. As informações são da agência Reuters.
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