| 20/11/2006 18h52min
Os habitantes da cidade argentina de Gualeguaychú iniciaram hoje um novo bloqueio em uma passagem na fronteira com o Uruguai, em protesto contra a construção de fábricas de celulose nesse país, e confirmaram que a manifestação continuará "por tempo indeterminado".
– Várias razões nos levaram a tomar esta decisão – disse a secretária da Assembléia Ambiental de Gualeguaychú, Marta Gorosperrazú, que indicou que a continuação do protesto "será analisado dia a dia".
O bloqueio começou alguns minutos depois das 14h (15h de Brasília) na estrada que leva à ponte para a cidade uruguaia de Fray Bentos, onde a empresa finlandesa Botnia constrói uma fábrica de celulose nas margens do rio Uruguai, limite natural entre os dois países.
A reunião na qual a Assembléia de Gualeguaychú decidiu retomar os bloqueios aconteceu ontem e teve uma "grande presença, com quase 20 mil moradores participando", assinalou Gorosperrazú.
Uma das razões do protesto é a concessão iminente de um crédito de US$ 170 milhões para a Botnia por parte do Banco Mundial (BM), que deve definir esta questão na terça.
– Na última sexta-feira vimos também outro navio chegar ao porto que a Botnia construiu em frente a sua fabrica. A Argentina denunciou isso como ilegal e mesmo assim eles deixam o porto funcionar – acrescentou.
O projeto de construção de duas fábricas de celulose em território uruguaio gerou o pior conflito das últimas décadas entre a Argentina, que considera que as fábricas contaminarão o meio ambiente, e o Uruguai, que nega tal possibilidade.
Os habitantes das cidades argentinas de Colón e Concordia não definiram até agora se bloquearão as outras duas pontes limítrofes entre ambas as nações, que levam respectivamente às localidades uruguaias de Paysandu e Salto.
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