Chuva forte e muito vento forçaram a organização dos Jogos Sul-Americanos a atrasarem em uma hora e meia o início das disputas de tiro com arco hoje, em Buenos Aires. Apesar do problema, o Brasil não se abalou e garantiu mais sete medalhas na modalidade. Três medalhas foram de ouro com Cláudio Contrucci no composto 30m e com Leonardo de Carvalho no recurvo 50m e round fita completo.

As medalhas de prata foram para Roberval Santos, no composto 50m e Leonardo, no recurvo 30m. Contrucci também ganhou uma de bronze na categoria composto 50m. Fabio Carvalho, no round fita completo, fechou a série com mais um bronze.

Leonardo, mineiro de 26 anos, foi o destaque do tiro com arco brasileiro. Arqueiro de recurvo – arco com uma corda, diferente do composto, que conta com duas – o canhoto do Brasil conseguiu medalhar em todas as categorias: ouro nos 90 (terça-feira) e 50, prata no 70 (terça) e 30, acabou ficando também com o ouro no somatório das categorias (round fita completo).

– Minha especialidade é o 50, mas hoje fui horrível nos 30m, no começo não entrava. Mas depois acalmei, sabia que o ouro estava próximo se não fechasse abaixo do 4º lugar – lembra.

Nos 50ms, ele fez 302 pontos, contra 299 do venezuelano Danny Marquez e 284 do também venezuelano Manuel Diaz. Na classe 30m, fez 329 pontos, 4 a menos que Diaz. O chileno Felipe Castillo ficou com o bronze, ao atingir 329 pontos. No round fita, Léo alcançou 1186; Manuel Diaz, 1152; e Fabio Carvalho, 1134.

No composto 50m, Gary Hernandez, da Venezuela, levou o ouro com 331 pontos. O resto do pódio foi brasileiro: Roberval Santos com 322, e Contrucci com 321. No composto 30m, Gary e Contrucci empataram com 349 pontos, dividindo o ouro. Gabriel Marti, da Argentina, fez 348 pontos, ficando com o bronze.

Vicente Blumenschein, chefe da delegação, avaliou como positiva a participação brasileira nos dois primeiros dias de competição – foram 13 medalhas, 4 de ouro. "As condições aqui não estão boas, baixam um pouco o nível técnico. Mas o recurvo foi bem, com resultados consistentes, apesar do vento. O composto se recuperou bem. Vamos ver se no feminino também nos recuperamos", diz.

Para os Jogos Pan-americanos Rio 2007, a organização não espera dificuldades com o vento pois no stand em Deodoro não venta. Mas nos Jogos Olímpicos de Pequim-2008 pode ser diferente. Por isso, Blumenschein indica uma solução:

– Precisamos estar preparados para qualquer condição climática. Vamos a Itália no ano que vem para treinar esse quesito.

GAZETA PRESS