| 05/09/2002 21h08min
O primeiro dia da greve dos servidores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) não chegou a prejudicar a entrega de cartas e malotes no Rio Grande do Sul. A informação é da assessoria de comunicação social da ECT no Estado. Representantes sindicais dizem que não houve distribuição de cartas no Centro e em alguns bairros da Capital. Até o final da tarde desta quinta, dia 5, conforme o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos (Sintect), trabalhadores de 11 Estados haviam aderido à greve.
As principais reivindicações da categoria são reposição de 35,24% das perdas salariais do Plano Real, redução da jornada sem diminuição salarial e aumento real de 10%. Conforme assessor de comunicação da ECT no Estado, Romeu Ribeiro Barros, há "pequenos focos grevistas", o que não compromete o funcionamento da instituição.
– Nenhuma carta ou malote deixou de ser entregue. A maioria dos funcionários que aderiu a paralisação é composta de sindicalistas ou representantes dos trabalhadores, o que corresponde a um número muito pequeno. A população pode se tranqüilizar – informou Barros.
No Centro de Distribuição Domiciliário da Cavalhada, que distribui cartas e sedex para bairros da Zona Sul, pelo menos 30 dos 70 funcionários teriam paralisado ontem.
– Não foram entregues cerca de 40 mil cartas. Em função da falta de funcionários, priorizamos a entrega sedex – revelou um funcionário que preferiu não ser identificado.
O diretor do Sintect, Golbery Félix Balória, acredita que pelo menos "metade" dos carteiros da Capital aderiram à greve.
– A distribuição foi paralisada nos bairros centrais – afirmou Balória.
Uma das preocupações das autoridades em relação à greve é com um possível atraso na distribuição das urnas em todas as zonas eleitorais do país. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Nelson Jobim, disse que não há hipótese de a eleição ser adiada por causa da greve. O ministro revelou a existência de uma "fórmula B".
Responsável por arquitetar essa operação alternativa, o diretor-geral do TSE, Miguel Campos, informou que, se a greve continuar até o próximo dia 12, essa solução emergencial será implementada. A operação envolveria Polícia Rodoviária e Militar e Forças Armadas. Além disso, o transporte das urnas poderia ser feito em veículos alugados ou da frota da Justiça Eleitoral.
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