| 14/11/2006 20h01min
Depois de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Defesa, Waldir Pires, anunciou a criação de um grupo de trabalho para discutir a crise no setor aéreo e propor soluções. O ministro admitiu que o governo aceita discutir, inclusive, a proposta de implantação de uma carreira civil para controladores, que atualmente são, em sua maioria, militares.
O ministro evitou comentar a decisão da Aeronáutica de manter de prontidão os controladores de vôo do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo 1 (Cindacta), mas, ao final, afirmou que acredita que isso "provavelmente" não terá mais necessidade diante dessa nova decisão do governo de criar o grupo de trabalho.
Pires argumentou que tem essa expectativa pelo fato de a iniciativa resultar na discussão da crise aérea de forma ampla, inclusive com a participação de setores da sociedade.
– Estamos dando uma contribuição e uma demonstração de vontade política de normalizar tudo. Vamos acreditar que esse ato seja capaz de reunir os esforços de todos os setores. A solução é trazer todos os controladores para uma idéia de participação comum. É uma velha aspiração deles. Trata-se de organizar o controle aéreo dentro da (pasta da) Defesa. Porque o espaço aéreo é um espaço de segurança nacional, que deve estar sob a supervisão da soberania brasileira, e, portanto, dentro da Defesa - afirmou o ministro, para acrescentar, em seguida, que é desejo dos controladores de vôo o exercício da função como civis – afirmou.
Waldir Pires foi chamado ao Palácio do Planalto por Lula para discutir a situação nos aeroportos em reunião que contou ainda com a participação de Dilma Roussef, ministra da Casa Civil, e do comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno. Pires afirmou que o presidente está "muito ansioso e preocupado" com o caos que atinge os principais aeroportos do país há mais de dez dias.
O ministro da Defesa demonstrou contrariedade ao ser perguntado sobre a decisão da Aeronáutica de manter os controladores de vôo de prontidão. Perguntado se isso era um "aquartelamento" dos funcionários, que alegam trabalhar sob pressão, respondeu:
- Não deve (haver) e não haverá necessidade (de aquartelamento). Ela (a decisão) foi tomada, mas hoje foi tomada uma outra medida que é essa que anunciei. Então, provavelmente, não tem mais necessidade nenhuma disso – disse.
Sobre quando estaria normalizada a situação, o ministro disse ter a expectativa de que melhorasse em 24 ou 48h, mas em outro momento lembrou que o grupo tinha 60 dias de prazo e que medidas como a chamada de 60 aposentados para voltarem ao trabalho e o edital de novas contratações, publicado no Diário Oficial desta terça-feira, fossem suficientes para contornar a situação.
Esse grupo terá a participaçção dos ministérios da Fazenda, Defesa, Planejamento, da Advocacia-Geral da União, do Comando da Aeronáutica, da Infraero, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e de três instituições representativas da sociedade civil.
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