Pelo menos dez vôos estão atrasados no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Em alguns casos, os passageiros chegaram a esperar até oito horas. Um vôo para Recife, que deveria ter decolado às 22h30m desta segunda-feira só decolou às 6h desta terça. No momento, o saguão de embarque tem movimentação tranqüila, pois os passageiros já estão nos espaços reservados das companhias aéreas.

O atraso nos vôos em Cumbica é reflexo da operação padrão dos controladores de vôo de Brasília. Por causa disso, a Aeronáutica suspendeu os vôos de jatinhos particulares em todo o Brasil nos chamados horários de pico, entre 7h30m e 12h e das 17h às 20h.

Dois vôos que deveriam chegar a Porto Alegre estão mais de sete horas atrasados.

No Rio, o Aeroporto Internacional Tom Jobim opera com atrasos nos vôos por conta da operação padrão feita por controladores de vôo desde o fim de semana. Já o Aeroporto Santos Dumont funciona normalmente.

O congestionamento e o atraso de vôos ocorrem há quase duas semanas. Uma solução definitiva ainda não foi encontrada. Além do aumento do tráfego aéreo devido à expansão do mercado nacional, a operação-padrão dos controladores de vôo sediados em Brasília dificulta pousos e decolagens.

Os controladores de vôo estão cumprindo operação-padrão depois do acidente com o Boeing da Gol, há um mês. Eles estão seguindo as regras internacionais, que pregam que um controlador só pode cuidar de até 14 aviões ao mesmo tempo. Antes do acidente, eles chegavam a supervisionar até 20 aeronaves. A explicação oficial é de que há um excesso de tráfego aéreo.

O governo promete treinar rapidamente seis controladores para Brasília, contratar novos e comprar equipamentos para melhorar a situação. O ministro da Defesa, Waldir Pires, disse sexta-feira que há um projeto de expansão do número de controladores de vôo e que o atual quadro será "ampliado enormemente". Para ele, no entanto, os congestionamentos nos vôos em Brasília não têm relação com o afastamento dos controladores.

AGÊNCIA GLOBO