Em Santa Catarina, onde cerca de 90% dos estabelecimentos são pequenas propriedades com menos de 50 hectares, a atividade rural é essencialmente familiar. Apenas no Oeste, 414 mil pessoas estão diretamente ligadas à agricultura familiar, segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri). Apoiar este contingente de trabalhadores é promessa de campanha dos candidatos ao governo do Estado.

Pesquisador do Centro de Pesquisas da Agricultura Familiar (Cepaf) da Epagri, Vilson Testa afirma que a pior ameaça para a agricultura familiar é a exclusão da atividade leiteira.

– Nossos estudos dão conta de que 30 mil famílias poderão ser excluídas em três anos – disse.

O governador Esperidião Amin, candidato da coligação SC Melhor, acredita que o projeto Microbacias 2 vai resolver parte dos problemas do campo catarinense. A organização da agricultura familiar, segundo Amin, passa pela contratação de técnicos da Epagri que atuarão em todos os 293 municípios do Estado.

– O concurso já foi feito e 350 profissionais serão admitidos – informou.

O candidato da Frente Popular, José Fritsch, afirma que financiará cinco mil agroindústrias para beneficiar 20 mil famílias.

– O Estado está em segundo lugar no maior crescimento do êxodo rural, as agroindústrias são uma alternativa para manter os jovens no campo – justificou.

Luiz Henrique da Silveira (PMDB) propõe a criação de linhas específicas e instrumentos de apoio tecnológico e mercadológico para a agroindústria e a agricultura familiar, apoiando a formação de associações e cooperativas.

– Nossa proposta contempla a criação de benefícios fiscais ao produtor agropecuário – afirmou.

Sérgio Grando (PPS) quer reeditar o Cestão do Povo e oferecer os produtos agrícolas nos centros consumidores próximos para eliminar a figura do atravessador e permitir preços baixos ao comprador. Diversificar as atividades nas propriedades também é proposta do candidato da Frente Ecológica Popular.

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SIMONE KAFRUNI / DIÁRIO CATARINENSE