| 09/10/2006 08h32min
Foi confirmada hoje a realização de um teste nuclear na Coréia do Norte. De acordo com o site G1, o governo norte-coreano tornou pública a medida nesta segunda-feira através da agência oficial norte-coreana Korean Central News Agency (KCNA). O Ministério da Defesa sul-coreano indicou que o teste aconteceu na localidade de Hwadaeri às 10h36min (22h36min de domingo em Brasília).
As reações ao anúncio foram imediatas. Os governos de Seul, Tóquio e Washington pediram uma reunião urgente do Conselho de Segurança das Nações Unidas para dar uma resposta a Pyongyang. A Coréia do Sul suspendeu a ajuda de emergência à Coréia do Norte e colocou o exército em alerta.
Um porta-voz do Ministério da Defesa russo confirmou que as instalações de controle nuclear da Rússia estabeleceram que às 1h35min (22h35min) ocorreu uma explosão atômica na Coréia do Norte.
– Foi um teste subterrâneo – acrescentou.
Segundo a agência do governo da Coréia do Norte, não houve vazamento de material radioativo. O país ignorou os diversos pedidos internacionais para que desistisse do teste e uma advertência do Conselho de Segurança da ONU.
A explosão foi provocada na região nordeste do país, perto da fronteira com a China.
– O teste nuclear foi realizado com 100% de nossa sabedoria e tecnologia – informou a agência norte-coreana.
O governo de Seul qualificou de provocação intolerável o teste nuclear realizado pela Coréia do Norte e ordenou a suspensão do envio de ajuda de emergência ao país comunista como mostra de firmeza diante da grave situação.
O teste foi detectado pelos serviços de inteligência da Coréia do Sul, cujo presidente, Roh Moo-hyun, convocou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança Nacional e pôs em alerta o Exército sul-coreano.
O Japão pediu uma resolução do Conselho de Segurança da ONU na qual se condene o teste nuclear realizado esta segunda-feira pelo regime comunista e que, segundo Tóquio, representa uma "grave ameaça" para a paz internacional.
– Decidimos acompanhar com atenção a situação e trabalhar juntos para levar este assunto às Nações Unidas para posteriores ações – disse o embaixador dos Estados Unidos no Japão, Thomas Schieffer.
Em Washington, o governo dos EUA qualificou de provocação o teste nuclear sul-coreano, e o porta-voz da Casa Branca, Tony Snow, ressaltou que o país reafirma seu compromisso de proteger e defender seus aliados na região.
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, afirmou hoje que seu país adotará em breve medidas severas contra a Coréia do Norte, que passam pelo possível pedido de sanções por meio do Conselho de Segurança da ONU, além de ações próprias. Abe se reuniu hoje em Seul com o presidente sul-coreano, Roh Moo-hyun.
A China disse estar absolutamente contra o teste nuclear efetuado pela Coréia do Norte. A Rússia teve reação semelhante e pediu a Pyongyang que retorne ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear e chamou o embaixador norte-coreano em Moscou a consultas.
– Ao anunciar um bem-sucedido teste nuclear, Pyongyang menosprezou a vontade da comunidade internacional, que está interessada em uma península coreana livre de armas nucleares – assegurou Mikhail Kaminin, porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores da Rússia.
A Presidência da União Européia (UE), que este semestre é exercida pela Finlândia, condenou duramente o teste nuclear e pediu à Coréia do Norte que abandone "todas as armas e programas nucleares".
O primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, qualificou de ato completamente irresponsável. A Espanha também condenou o teste nuclear, que foi qualificado pelo ministro de Assuntos Exteriores espanhol, Miguel Ángel Moratinos, de grave provocação. Os governos de Austrália e Nova Zelândia se uniram às vozes de condenação.
A Índia, país que dispõe de armas nucleares, também condenou a decisão norte-coreana de fazer o teste. O ministro de Assuntos Exteriores alemão, Frank-Walter Steinmeier, pediu uma "reação decidida" do Conselho de Segurança da ONU e pediu a Pyongyang que retorne à mesa de negociações. Já o ministro de Assuntos Exteriores sueco, Carl Bildt, qualificou o teste de consciente provocação contra toda a comunidade internacional.
A Coréia do Norte abandonou as conversas com EUA, Rússia, China, Japão e Coréia do Sul em novembro de 2005. A comunidade internacional pressiona o governo de Pyongyang para que desista de suas ambições nucleares.
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