| 14/08/2002 14h39min
O presidente da Varig, Ozires Silva, espera para qualquer momento a sua demissão, o que, segundo ele, dará maior liberdade aos credores da empresa para fazerem a reestruturação que estão pretendendo. Sem confirmar a sua saída, Ozires deixou o Rio de Janeiro na manhã desta quarta-feira, 14 de agosto, rumo a São Paulo, onde deverá se encontrar com o Conselho da empresa, que esteve reunido por toda a manhã.
– Está na hora mesmo de deixar espaço para os mais novos, estou com 71 anos, não dá mais para ser executivo, disse à Reuters, informando, no entanto, já ter quatro opções de trabalho para quando deixar a Varig.
Sobre as especulações em torno do nome do ex-diretor da Câmara de Comércio Exterior (Camex) Roberto Gianneti da Fonseca para substituí-lo, Ozires disse que é um ótimo nome, assim como outros já apontados, como o ex-presidente da Telemar Manoel Horário e o da ex-presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Maria Sílvia Bastos Marques.
Ministro da Infra-estrutura no governo Collor, Ozires presidiu a Embraer de 1970 a 1986 e de 1991 a 1995, depois de deixar a presidência da Petrobras, onde ficou de 1986 a 1989.
A pauta da reunião do Conselho de Administração não foi confirmada pela assessoria da Varig, porém Ozires admite que pode ser sobre a saída dele, e de membros ligados a mim, disse, referindo-se aos diretores que chamou ao entrar na companhia em maio de 2000.
A troca de outros nomes da diretoria, confirmada por fontes da empresas, tem por objetivo abrir espaço para uma equipe mais agressiva, que promova a forte reestruturação exigida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) para dar socorro financeiro à companhia. As mudanças devem incluir demissões, já que a empresa reduziu a frota e integrou suas subsidiárias Rio Sul e Nordeste, com objetivo de reduzir custos com a otimização das operações entre as três empresas.
A Varig é líder do mercado aéreo brasileiro desde a década de 60, mas passa atualmente pela maior crise da sua história por causa da sua dívida em dólar, que em março era de US$ 850 milhões. A empresa está em processo de negociação com credores e o BNDES para montar uma operação de salvamento financeiro, que deve incluir a emissão de debêntures subscritas pelo banco, no valor de R$ 300 milhões, e um aumento de capital que seria subscrito pelos credores, ainda sem valor definido mas que deve se situar em torno dos R$ 600 milhões. Enquanto a ajuda não vem, a Varig pleiteia junto aos credores a prorrogação dpo pagamento das suas dívidas. Na terça-feira, um grupo de credores liderados pelo Unibanco, e que inclui entre outros BR Distribuidora, Infraero e Banco do Brasil, assinou um memorando de intenções para aguardar a capitalização da Varig.
Com informações da agência Reuters.
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