| 12/08/2002 07h19min
O presidente nacional do PPS, senador Roberto Freire (PE), vetou a participação do ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) no comício do candidato a presidente da Frente Trabalhista, Ciro Gomes (PPS-PTB-PDT), em Petrolina, em Pernambuco, neste fim de semana. Também foi cancelada uma caminhada que Ciro faria em Juazeiro, na Bahia, localizada no outro lado do Rio São Francisco.
Freire, que no início resistiu ao apoio do PFL a Ciro, afirmou que o veto foi uma resposta à "agressão" de ACM ao PPS da Bahia durante a visita do candidato ao Estado a convite dos pefelistas. Na oportunidade, o ex-senador disse que o PPS local chegaria em uma Kombi ao hotel onde estava Ciro.
– Ele não queira se intrometer no nosso palanque. É evidente que seria intromissão. Eu não me intrometi no (palanque) dele – disse Freire antes do comício.
O presidente do PPS afirmou reconhecer que o processo de adesão de setores do PFL tem importância eleitoral para Ciro, mas acrescentou que em alguns Estados, como a Bahia, essas adesões exigem um processo de acomodação política complexo.
– Ele (ACM) tem que saber que vai apoiar Ciro no seu palanque e nós, do PPS, vamos apoiá-lo no nosso – completou.
Neste domingo, 11 de agosto, ACM negou o veto.
– Nunca houve veto. Nem eu aceito veto. Não é minha terra, por isso não fui.
Após o comício de Petrolina, Ciro acusou o publicitário Duda Mendonça, que coordena a propaganda do petista Luiz Inácio Lula da Silva, de ter tentado montar um ato de entidades do movimento negro contra a sua candidatura. A denúncia foi feita a Ciro pelo líder do Centro de Estudos e Pesquisas Mário Gusmão, de Salvador, Zulu Araújo, militante do PPS. Ele diz ter sido procurado por assessores do publicitário interessados em organizar um ato de repúdio às declarações feitas por Ciro em palestra na Universidade de Brasília (UnB) ocorrida na última semana.
Na UnB, Ciro impediu que um estudante negro usasse o microfone para contestar uma resposta sua sobre a política de reserva de cotas em entidades de ensino superior. O candidato argumentou que ele não poderia usar o microfone apenas porque era negro, já que nenhuma outra pessoa tivera essa oportunidade.
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