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A Argentina finalizará 2002 com um superávit primário de 2,5 bilhões de pesos (US$ 684 milhões), equivalentes a 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB), devido à redução de gastos, disse neste domingo, 4 de agosto, o secretário da Fazenda, Jorge Sarghini, em declarações publicadas pelo jornal La Nación. Em meio ao caos social provocado pelo desemprego e pela pobreza, a Argentina decidiu em dezembro não pagar grande parte de sua dívida pública com credores privados, mas continuou cumprindo suas obrigações com organismo multilaterais. A dívida pública total soma cerca de US$ 133 bilhões.
Sarghini explicou que o gasto primário, que não contabiliza os pagamentos da dívida, caiu 1,8 bilhão de pesos (cerca de US$ 500 milhões) nos primeiros seis meses do ano, em relação ao mesmo período de 2001. Também ressaltou que se forem incluídos os pagamentos da dívida (que em 2001 foram realizados e em 2002, não) a queda do gasto total entre janeiro e julho foi de 5,43 bilhões de pesos. O Tesouro do governo federal argentino está recebendo há três meses maiores receitas do que nos mesmos períodos do ano passado, basicamente por efeito da inflação, que eleva os impostos pagos pelo consumidor na compra de bens ou serviços.
Os preços começaram a subir em janeiro, logo depois que o presidente Eduardo Duhalde desvalorizou a moeda local, que já perdeu mais de 70% de seu valor em relação ao dólar. Entre janeiro e junho, os preços no varejo cresceram 30,5%. Além disso, o governo está captando mais recursos por meio de um novo imposto sobre exportações, que foram beneficiadas pela desvalorização do peso.
Uma missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) chegará à Argentina nesta semana para revisar a situação fiscal do país. O governo tenta desde fevereiro fechar um acordo com o FMI para evitar cair em suspensão de pagamentos também das dívidas com organismos internacionais.
Neste domingo, o ministro da Economia argentino, Roberto Lavagna, anunciou que o governo irá aplicar rigoroso controle fiscal sobre os correntistas que retirarem fundo retidos pelo corralito mediante recursos. Lavagna ainda citou o mercado financeiro no Brasil. Para o ministro, a crise no Brasil é ruim para a Argentina.
– Se o Brasil vai bem, nós vamos bem. Se o Brasil vai mal, nos complicamos, afirmou Lavagna.
O ministro se mostrou contrário à crença de que haja um efeito de contágio na região – se referindo às dificuldades vividas também pelo Uruguai.
As informações são da agência Reuters e do jornal El Clarin.
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