Os procuradores Paulo Schmidt e Marcelo Jucá formalizaram nesta terça denúncia contra o Grêmio no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) pelos incidentes verificados no clássico Gre-Nal do último domingo, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro. O julgamento será na próxima sexta, a partir das 15h, no Rio.

O Grêmio foi incurso no artigo 213, que prevê pena de perda de mando de campo de um a 10 jogos, além de multa de R$ 10 a R$ 200 mil, para o clube que “deixar de tomar providências capazes de prevenir ou reprimir desordens em sua praça de desporto”. O parágrafo 2º deste artigo diz que o clube visitante sofrerá a mesma punição caso os distúrbios tenham sido provocados pela sua torcida.

– O vandalismo no Beira-Rio ficou plenamente demonstrado não só através do relatório do árbitro e do delegado da partida como também pelas imagens da TV. As grades foram arrancadas e várias pedras que se desprenderam dessas grades foram arremessadas em campo, inclusive no momento em que o Corpo de Bombeiros tentava conter as chamas do banheiro químico que também foi arremessado dentro do campo – explicou Schmidt.

O departamento jurídico do Grêmio já previa a denúncia no STJD e trabalha desde a noite de domingo para tentar evitar uma punição rigorosa. De acordo com o advogado Carlos Josias, presidente do Conselho de Administração e que assumiu interinamente a presidência do clube na ausência de Túlio Macedo, o Grêmio tomou medidas para evitar a confusão e tentará identificar e punir os responsáveis.

Depois de suspender preventivamente as torcidas organizadas, o clube identificou nesta terça um sócio envolvido na confusão. O advogado Saul Fernando Martini da Cunha foi suspenso do clube. Outros sócios devem ser afastados nos próximos dias. Para Schmidt, no entanto, a medida não será suficiente para isentar o clube de responsabilidade sobre os atos de sua torcida.

– Eu fiz questão de mencionar na denúncia que o clube não se isentaria de responsabilidade pela detenção de um outro elemento em função da quantidade de objetivos arremessados para dentro do campo. Sob aspecto preventivo e punitivo, a medida é interessante, mas é praticamente impossível aceitar a tese de isenção de responsabilidade do Grêmio – explicou o procurador.

Mesmo que o Grêmio seja punido com a perda de mando de campo, a partida de sábado contra o Juventude está confirmada para o Estádio Olímpico. Isso porque, de acordo com Estatuto do Torcedor, não existe a possibilidade de executar a pena um dia depois ao julgamento, em função da venda de ingressos antecipados. O jogo da semana seguinte contra o Atlético-PR, no entanto, poderá ser realizado com portões fechados.