| 18/07/2002 10h03min
O candidato do PSB a presidente da República, Anthony Garotinho, afirmou nessa quarta, dia 17, em Belo Horizonte (MG), que a redução da taxa básica de juros de 18,5% para 18%, anunciada pelo Banco Central (BC), vai ao encontro de suas previsões de que a medida era possível. Garotinho lembrou que defendeu a medida em palestra, na segunda-feira, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista.
– Disse que havia espaço macroeconômico para que essa decisão fosse adotada – observou, referindo-se à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, ao comentar a medida em entrevista na Federação das Associações Comerciais, Industriais, Agropecuárias e de Serviços de Minas (Federaminas).
– Agora temos de esperar o comportamento da economia por 30 dias, para ver como reage, e, na próxima reunião do Copom, continuar a promover a queda dos juros – destacou.
Garotinho advertiu, porém, que o sinal dado ao mercado com a decisão do Copom pode ser em vão se o governo optar pela “política de gangorra e ficar no sobe e desce – em relação à taxa dos juros. O candidato do PSB voltou a condenar a política de juros altos, assinalando que ela vem sufocando a atividade produtiva, reduzindo o nível de emprego e favorecendo apenas o setor financeiro.
Para Garotinho, a opção pelos juros altos, para a atração de capitais financeiros, e a abertura do mercado a importações que prejudicam a produção nacional tornou vulnerável a economia brasileira. Referindo-se às dificuldades vividas pela Argentina, pelo Uruguai e pelo Paraguai, Garotinho alertou:
– Se queremos ser um país que se coloque no centro da economia mundial, compartilhando com outras grandes nações um modelo econômico que seja bom para todos, é preciso mudar.
As mudanças, defendeu, dependem de medidas como a redução dos juros, o aumento da oferta de crédito para a produção e a reforma tributária, necessária para desonerar a atividade produtiva carga de impostos.
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