Depois de se comprometer na terça-feira, em entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo, a liberar a divulgação de fitas que o envolvem num suposto esquema para subornar um fiscal da Receita Federal, o candidato do PSB à Presidência, Anthony Garotinho, agora faz novas exigências para autorizar a divulgação.

Na quarta-feira, ele afirmou que liberaria a publicação da transcrição das gravações se tivesse acesso prévio aos trechos. O jornal O Globo e a TV Globo enviaram para o candidato as transcrições, mas ele recuou. Disse que autorizaria a publicação apenas se fossem veiculadas declarações suas em que faz insinuações, sem qualquer prova, contra os candidatos do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, e do PSDB, José Serra.

Notificado judicialmente pelo jornal para que honrasse o compromisso de liberar a publicação das gravações, Garotinho alegou ainda que a tia de sua mulher estava muito doente e que ele estava tratando da hospitalização dela e, por esse motivo, não poderia analisar os trechos mandados pelo jornal para liberar ou não a divulgação.

Na sexta-feira, em São Paulo, Garotinho disse estar sendo perseguido politicamente.

– Essas fitas foram publicadas em 1996, quando me candidatei a prefeito de Campos, e, em 1998, quando fui candidato a governador. Agora, voltam à tona porque novamente sou candidato. O que não quero é que sejam divulgadas conversas de natureza pessoal, envolvendo terceiros. O resto está liberado. Por isso entrei na Justiça – afirmou.

Em julho do ano passado, Garotinho obteve liminar na Justiça que impediu a divulgação de conversas gravadas nas quais, de acordo com o jornal O Globo, teria aprovado o pagamento de propina a um fiscal da Receita Federal.

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