| 16/07/2006 08h00min
O mundo ainda tentava entender como Thierry Henry entrara sozinho na área para fazer aquele gol quando o telefone celular do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, tocou. Do outro lado da linha, nada de lamentações sobre a eliminação do Brasil na Alemanha. Orlando Silva Júnior, ministro dos Esportes, queria agendar uma reunião. O tema: a realização por parte do Brasil da Copa de 2014.
O que era ainda só especulação se tornou realidade logo após a derrota para a França. O Brasil ser sede do Mundial daqui a oito anos virou questão de honra. Por isso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva exigiu perfeição nos Jogos Pan-Americanos do Rio em 2007, o maior evento esportivo já realizado no país. Quer encher os olhos do mundo para trazer, sem desconfianças, a Copa para cá.
– A CBF já tomou algumas providências para identificar potenciais praças para receber a competição e nós daríamos todo o apoio. A idéia é montar um grupo de trabalho do Ministério dos Esportes com a CBF para poder estruturar a candidatura do Brasil – disse o ministro, que se encontrará com Ricardo Teixeira até o fim do mês.
Mesmo sabendo da impossibilidade de se planejar um projeto tão grandioso sem o respaldo do governo, a intenção da CBF é desvincular o Comitê Organizador do poder público e da própria entidade.
– Queremos criar uma comissão de empresários interessados em tocar este projeto de oito anos e atrair a iniciativa privada para a construção de estádios e telecomunicações, por exemplo. Aí, só dependeríamos do governo nos pontos que são de competência do poder público, como segurança e alfândega – explicou Rodrigo Paiva, assessor de imprensa da CBF.
Apesar de não haver confirmação das sedes, algumas cidades são apontadas pela CBF como praticamente certas: Rio, São Paulo, Porto Alegre e Belo Horizonte. A Fifa determina um número de oito a 10 sedes para o torneio. Para a escolha, serão levados em consideração critérios como segurança, infra-estrutura viária e de transporte público, capacidade hoteleira e atrativos turísticos. No quesito estádios, todas as cidades são deficientes. Atualmente, nenhum poderia receber os jogos.
Nem a reforma do Maracanã em função do Pan deve credenciá-lo à Copa. A obra, no valor de R$ 45 milhões, extinguiu o setor popular, reduziu sua capacidade de 120 mil para 90 mil lugares, rebaixou o campo em 1m20cm e trocou o gramado. Agora, estão sendo colocadas 40 mil cadeiras na antiga área de geral. Segundo a governadora do Rio, Rosinha Garotinho, o estádio estará pronto para a Copa depois da reforma. Rodrigo Paiva discorda:
– Não tem a menor condição. Fizeram uma reforma dessas já sabendo do Mundial de 2014 e não procuraram saber como se adequar às normas.
A favor do Brasil, contam o apoio de todos os países sul-americanos pela candidatura única e a intenção da Fifa de realizar a competição no continente. O primeiro passo é a inscrição do Brasil, que deve ser feito até o fim do ano. O anúncio oficial da sede deve ocorrer em maio de 2008.
Saiba mais lendo a matéria publicada no jornal Zero Hora. DANIELLA PERETTI E DECA SOARES / ZERO HORAGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2008 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.