| 26/06/2006 11h26min
As turbulências do mercado externo reduzem as expectativas de investimento estrangeiro direto no setor produtivo, a ponto de os analistas de mercado consultados pela pesquisa Focus do Banco Central, na última sexta, reduzirem a expectativa de entradas de US$ 15,5 bilhões para US$ 15,35 bilhões neste ano. Em contrapartida, eles aumentaram a previsão de cotação do dólar norte-americano no encerramento do ano, de R$ 2,24 para R$ 2,25 na comparação com a pesquisa da semana anterior; mas mantiveram a perspectiva de R$ 2,35 para o final de 2007.
Todos os demais indicadores da economia doméstica continuam estáveis, com exceção da inflação, que aponta queda dos preços no varejo e inverte o sinal para o comportamento de preços no atacado. Mas, de acordo com o boletim, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficará abaixo da meta de 4,5%.
Segundo a pesquisa, o saldo da balança comercial (exportações menos importações) será em torno de US$ 40 bilhões neste ano (US$ 35,26 bilhões em 2007), o que permite manter previsão de US$ 9 bilhões para o saldo de conta corrente, que abrange todas as transações comerciais e financeiras com o exterior (saldo de US$ 4 bilhões no ano que vem).
Houve ligeira melhora, de 4,25% para 4,26%, na expectativa de crescimento da produção industrial, o que não altera em nada a previsão de 3,6% para a evolução, este ano, do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todas as riquezas produzidas no país (3,70% em 2007).
Em conseqüência, mantém também a projeção de 50,5% para a relação entre dívida líquida do setor público e PIB. Isto quer dizer que a dívida pública equivale a mais da metade do que o país produz. É esse grau de comprometimento que determina a capacidade, ou não, de o país honrar seus compromissos e de ganhar credibilidade externa.
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