| 24/06/2002 12h15min
A cotação do dólar chegou a R$ 2,861 para venda às 11h32min desta segunda-feira, 24 de junho, e atingiu novo recorde no Plano Real. Na sexta-feira, a divisa norte-americana já havia alcançado a cotação mais alta desde a implantação do plano, quando fechou a R$ 2,840. Pela manhã, depois de abrir com leve recuo ante o fechamento da sexta, a moeda já havia garantido novo recorde ao ser cotada a R$ 2,859. Perdeu um pouco a pressão e chegou à miníma do período cotada a R$ 2,814. No final da manhã, o dólar comercial era cotado a R$ 2,850 para compra e a R$ 2,856 para venda.
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) chegou a subir para 10.606 pontos logo depois da abertura do pregão, mas perdeu o ritmo nos últimos minutos e inverteu a tendência, segundo informações da Globo News. Às 11h, o Ibovespa apresentava queda de 0,07%, em 10.389 pontos e volume financeiro de R$ 56 milhões.
O risco-país brasileiro continua subindo nesta segunda-feira, 24 de junho. Pela manhã, o indicador apresentava alta de 2,23% em relação ao fechamento de sexta-feira, situando-se em 1.744 pontos, a apenas 26 unidades do recorde histórico registrado em 14 de janeiro de 1999, quando o país desvalorizou a moeda, segundo informações da Globo News. O risco-país mede em centésimos de pontos percentuais a diferença entre os juros pagos pelos títulos da dívida brasileira em relação aos do Tesouro dos EUA. Um risco-país de 1.744 pontos indica que os investidores exigem dos títulos brasileiros juros 17,44 pontos percentuais mais altos que os pagos pelo Tesouro dos EUA, cujos títulos são considerados de risco zero.
Neste fim de senama, foi deflagrada uma operação para reduzir a tensão do mercado financeiro. Da parte da oposição, o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, líder nas pesquisas de intenção de votos, antecipou declarações se comprometendo com um superávit primário (diferença entre receitas e despesas do governo sem incluir juros). O presidente do Banco Central (BC), Armínio Fraga, irá à Europa na quarta-feira, dia 26, para tentar conter a onda de incerteza que provocou uma desvalorização dos títulos brasileiros de mais de 13% em apenas dois dias e aumentou o risco Brasil para 1.706 pontos.
Armínio Fraga, que desembarcará em Londres e tem no programa uma visita a Paris, também estaria preocupado com a redução de crédito internacional para os exportadores brasileiras, justamente o último tipo de crédito a ser afetado em situações de crise. A convergência de objetivos entre o governo e a oposição é resultado da velocidade da deterioração dos títulos brasileiros no Exterior.
Nesta segunda-feira, o presidente do Federal Reserve (Fed) – o Banco Central dos Estados Unidos –, Alan Greenspan , declarou que os riscos do Brasil são 100% políticos. A afirmação pode agitar o mercado financeiro hoje. Há dois dias, o secretário do Tesouro norte-americano, Paul O´Neill, já havia feito declarações semelhantes. O secretário disse na sexta-feira, dia 21, que a turbulência no mercado financeiro brasileiro é resultado de fatores políticos e não econômicos. Também afirmou ser contra qualquer proposta de ajuda extra do Fundo Monetário Internacional (FMI) ao Brasil.
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