| 08/06/2006 22h46min
Um dos mais criticados técnicos que já dirigiram a Seleção Brasileira em todos os tempos, Sebastião Lazaronni concedeu entrevista exclusiva ao programa Show dos Esportese e disse ter introduzido a figura de um jogador específico de marcação no meio-campo da Seleção Brasileira e o esquema 3-5-2 no futebol nacional.
– Quando se tem uma novidade se paga o preço para isto. Vocês aí no Sul tem uma cultura tática diferente do resto do país. Sabem que a pegada é fundamental para uma equipe vencedora. Isto é claro, tem que ser associado ao talento. E foi isto que tentamos fazer em 1990. Ficamos muitos anos sem ganhar um Mundial e muitas pessoas acharam que eu estava querendo mudar o estilo do futebol brasileiro. Associar a criatividade, o talento do nosso atleta, à marcação quando não temos a bola foi o grande mérito que nós tivemos em 1990. Em 1994 nossa conquista foi baseada na forte marcação com algum talento. Hoje nós temos muito talento e é isto que o Parreira está preocupado em buscar o equilíbrio para que o time consiga jogar também sem a bola – disse Lazaronni.
Depois do Mundial de 1990, apareceram diversos fatores que ajudam a explicar o fracasso da Seleção naquela Copa. Nos últimos anos, jogadores daquele grupo revelaram que existia um grave problema de relacionamento entre os jogadores, havia um problema de fixar foco por algumas vaidades e isto na época da Copa não apareceu.
– Nós vivemos alguns acontecimentos alheios a nossa vontade antes mesmo do Mundial. Aquela excursão onde fomos goleados pela Dinamarca e perdemos para a Suécia, nós levamos os nossos melhores jogadores e eu não queria que isto acontecesse. Depois nós tivemos o episódio do corte do Charles do grupo da Copa América. Ele não estava no mesmo nível de Bebeto, Romário, Renato Gaúcho, aí vieram os protestos em Salvador. Depois conquistamos a Copa América depois de 39 anos. Fomos para as eliminatórias já com uma discussão sobre premiação. Depois houve aquela situação com o Chile. Aquele absurdo, o Romário foi expulso com 30 segundos, fizemos 1 a 0 e depois o juiz inventou um sobre-passo que resultou no empate. Depois o jogo famoso da fogueteira dentro do Maracanã. Então vejam algumas coisas que contribuem na minha conta que eu não tive nenhuma participação – revelou Lazaronni.
Um dos grandes orgulhos de Sebastião Lazaronni foi ter dado, pela primeira vez, uma chance para Ronaldinho entre os profissionais do Grêmio. Segundo o treinador, o jogador pode evoluir ainda mais.
– Ele pode ter uma ação maior na hora de fechar o espaço, em dar um certo combate na saída de bola e ganhando mais personalidade, mais confiança ainda nos arremates e simplificar em algumas situações.
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