| 30/05/2006 13h48min
O mercado financeiro manteve-se extremamente volátil na primeira metade do dia, com as atenções voltadas para o mercado externo, em especial os dados da economia norte-americana e a próxima ata do Fed.
A principal dúvida dos analistas está na possibilidade de o banco central dos EUA seguir elevando os juros nos EUA para conter os riscos inflacionários. No Brasil, as atenções estão voltadas para a reunião de dois dias do Copom, que começou nesta terça, com a perspectiva de corte de 0,50 ponto percentual, o que levaria a taxa Selic para 15,25% ao ano.
Por volta das 13 horas, o dólar, que nesta segunda fechou em alta de 1,52%, voltou a subir, desta vez, 1,41%, sendo vendido a R$ 2,299. No mercado de ações, o Ibovespa, que ontem recuou 1,25%, ampliou a queda observada desde a abertura do pregão desta terça para 2,65%% e 37.133 pontos.
No cenário externo, o mau humor dominou as bolsas asiáticas que fecharam em queda, e as principais bolsas americanas e européias, que operam em baixa, enquanto os títulos da dívida externa brasileira tinham desempenho negativo. O risco-país subia 3%, atingindo 275 pontos. O risco-país ou Risco Brasil é um dos principais termômetros da confiança dos investidores na economia brasileira, medido pelo EMBI+ Brasil e calculado pelo Banco JP Morgan Chase.
Para o economista e diretor-executivo da NGO Corretora, Sidnei Moura Nehme, há uma certa "ansiedade" no mercado por notícias novas, e com isto os ânimos ficam mais instáveis, o que acaba sendo repassado para o comportamento do preço dos ativos e indicadores.
– Sem convicções efetivas, restabelecem-se incertezas e inseguranças e, com isso, verifica-se uma tendência momentânea de operar com a pior perspectiva, o que acaba por colocar os mercados em panorama negativo – explica Nehme.
De acordo com analista, os dados mais recentes da economia americana até não têm sido ruins e propagadores de pessimismo, mas as manifestações inconclusivas do presidente do Fed, Ben Bernanke, alimentam as incertezas.
– Por isso, a ata da última reunião ainda continua sendo aguardada com expectativa nesta quarta-feira, pois pode trazer alguma sinalização do que Bernanke não soube ou não conseguiu transmitir para o mercado, ainda – diz.
A divulgação do índice de confiança do consumidor americano nesta terça indicou forte queda para 103,2, abaixo dos 109,8 em abril, interrompendo os bons resultados desde novembro de 2005. A preocupação geral é com o curto prazo da economia, o mercado de trabalho e a renda do consumidor.
Ainda segundo Nehme, a reunião da Opep que se realiza na Venezuela, onde é possível que o presidente Hugo Chávez volte a criar algum tipo de polêmica, concentra igualmente as atenções dos analistas.
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