| 30/05/2006 11h37min
O secretário de Relações Econômicas Internacionais da Argentina, Alfredo Chiaradía, considerou "inapropriadas" a série de críticas relativas ao déficit comercial do país com o Brasil, que já dura 34 meses. Chiaradía disse, em coluna publicada hoje pelo jornal Clarín, que as críticas são baseadas em dados de curto prazo, e ressaltou que "não é sustentável que a balança comercial de um país seja superavitária com cada um de seus parceiros".
– Registrar déficit com alguns países e superávit com outros é um fato normal e previsível dos intercâmbios – disse Chiaradía após defender o Mercosul, bloco comercial do qual a Argentina faz parte ao lado de Brasil, Paraguai e Uruguai.
No primeiro trimestre de 2006, a Argentina acumulou um déficit com o Brasil de US$ 859 milhões, com uma média mensal de US$ 286 milhões, 32,2% a mais do que o do mesmo período de 2005, segundo dados de consultoras privadas locais.
No entanto, Chiaradía destacou que "o relevante" é que a Argentina obteve entre 2000 e 2005 um superávit de US$ 65 bilhões em sua balança comercial com o mundo todo, e que nos últimos três anos o saldo positivo foi acompanhado por "altíssimas taxas" de crescimento econômico. Também destacou que entre 1985 e 2005 os intercâmbios entre Argentina e Brasil aumentaram 1.344%, contra 361% no caso do país com o resto do mundo.
Ele explicou que esses números mostram que, por cada dólar que as exportações argentinas para o resto do mundo cresceram, as destinadas ao Brasil aumentaram 3,6 dólares.
O secretário disse que a mudança favorável ao Brasil no comércio bilateral deve-se "ao dinamismo da economia argentina e ao processo de integração do Mercosul". Neste sentido, afirmou que as empresas do Brasil "deslocaram" as de outros países fornecedores da Argentina, que, junto a seu crescimento econômico, aumentou também as compras de matérias-primas brasileiras.
Além disso, lembrou que a Argentina tem "uma estrutura deficitária" no comércio de manufaturas industriais. Por isso foi acordado com o Brasil "um mecanismo para facilitar a adaptação competitiva, a integração produtiva e a expansão do comércio".
– A Argentina está fazendo bom uso da plataforma que o Brasil e o Mercosul lhe oferecem para fortalecer sua estrutura produtiva e projetar-se a terceiros mercados – garantiu Chiaradía.
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