Depois de estrear com o pé direito no comando do Palmeiras e levar o time à primeira vitória no Brasileirão diante do Santa Cruz no último domingo, o técnico Tite foi jogado de volta à dura realidade do clube nesta quarta, ao ver sua equipe ser impiedosamente goleada pelo São Paulo por 4 a 1 no Morumbi, em jogo marcado por falhas individuais dos palmeirenses e pela estrela do são-paulino Ricardo Oliveira, autor de dois gols no clássico.

Visivelmente abatido, o treinador gaúcho iniciou a entrevista coletiva nos vestiários do Morumbi admitindo muita preocupação com a atual situação do Verdão, 19º colocado na tabela de classificação.

– O momento do Palmeiras preocupa a todos nós, pois é uma situação incômoda de um grande clube, uma grande marca, uma grande torcida – discursou, admitindo, inclusive, que sofrerá de insônia na noite desta quarta: – Podem ter certeza que não vou dormir hoje. Vou ficar remoendo e projetando o que fazer para o jogo de domingo – revelou.

Apesar de desconcertado com a goleada, Tite não aceitou comparar seu início no Palmeiras com a passagem que teve pelo Atlético-MG em 2005, quando ficou 17 jogos à frente do Galo e viu o time mineiro cair para a Série B do Brasileirão. Como alento para a torcida do Verdão, lembrou-se dos tempos em que dirigiu o Grêmio e o Corinthians, tratado pelo gaúcho como 'o rival' em seu discurso.

– Com o Grêmio, passei várias rodadas na zona de rebaixamento e acabei o campeonato em terceiro, ganhando inclusive do Santos. Com o rival, tinha um percentual grande de rebaixamento (em 2004) e terminamos o campeonato em quinto – lembrou, confiante na melhora da equipe.

Questionado sobre o que terá de fazer para levantar o moral dos jogadores para a seqüência da competição, Tite foi direto:

– Precisamos encontrar um ponto de equilíbrio, e ainda bem que tem jogo no domingo, pois nos dá a possibilidade de recuperação. Temos que jogar, jogar e jogar bem. Quero que a equipe repita o padrão de produtividade do primeiro tempo, mas sem desestabilizar. A partir disso, vamos encontrar nosso ponto de equilíbrio e buscar as vitórias para sair dessa situação – apostou.

O gaúcho também lamentou as ausências de Edmundo, suspenso, e Gamarra, na seleção paraguaia, além de Correa, negociado com o futebol ucraniano, e projetou uma melhora substancial no grupo somente depois da parada do campeonato para a disputa da Copa do Mundo.

– Temos muitos atletas fora, não é desculpa, mas perdemos o Correa e o Edmundo, que tem um poder de dar estabilidade emocional a essa equipe. Depois da parada para a Copa, o grupo estará mais fortalecido – concluiu o técnico, que também espera a chegada de reforços pela 'grandeza do Palmeiras'.

GAZETA PRESS