| 18/05/2006 14h25min
Apesar do crescimento de 16,5% registrado na receita das exportações brasileiras nos primeiros quatro meses do ano, em relação ao mesmo período do ano anterior, o acréscimo é resultado do aumento nos preços dos produtos exportados, e contrasta com a perda de dinamismo no volume das vendas externas. A avaliação é do boletim Comércio Exterior em Perspectiva, divulgado hoje pela Unidade de Negociações Internacionais da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A expansão no total exportado se deve em grande parte à elevação de 12,1% nos preços médios dos produtos vendidos pelo país no primeiro trimestre.
– Algumas mercadorias que têm peso relevante na pauta de exportações brasileiras, como minério de ferro, óleos brutos, petróleo e açúcar tiveram seus preços elevados em mais de 45% no primeiro trimestre de 2006, comparativamente ao mesmo período de 2005 – ressalta o boletim.
O crescimento do volume exportado no primeiro trimestre de 2006 foi de 7,2% na comparação com igual período do ano anterior, quase a metade da expansão observada entre os primeiros trimestres de 2005 e 2006. O boletim revela que a queda no dinamismo do volume exportado atingiu todas as classes de produtos e, em especial, os manufaturados. Por outro lado, "os ganhos de preço foram responsáveis por 57% do aumento do valor exportado em 2005 na comparação com 2004", diz o estudo.
Segundo a CNI, a situação é oposta à verificada nos quatro primeiros anos da década, quando o volume exportado era o grande contribuinte para o incremento das exportações. O estudo afirma também que a queda da rentabilidade das exportações no triênio 2003/2005 já alcançou 25,6%, e que com isso diversas empresas estão abandonando o mercado externo.
O estudo mostra que, como a queda no número de empresas exportadoras se concentrou em faixas menores de valor exportado por firma, o prejuízo ainda é pequeno. Porém, o fato evidencia que o ambiente atual não favorece às exportações, sobretudo para as empresas iniciantes nesse tipo de atividade.
A CNI acredita também que a tendência de desaceleração das exportações deve persistir ao longo do ano, totalizando em 2006 U$ 130 bilhões, uma taxa de crescimento pouco superior a 10%.
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