| 15/05/2006 23h36min
O meia-atacante Ronaldinho, do Barcelona, será blindado pela comissão técnica da Seleção Brasileira na Copa do Mundo. A ordem é evitar a exposição do melhor jogador do mundo, como aconteceu com Ronaldo em 1998, na França. O ‘Fenômeno’ sentiu a barra e teve uma crise horas antes da final contra os donos da casa. O comando da Seleção teme que Ronaldinho não suporte a pressão que, na avaliação do técnico Carlos Alberto Parreira, virá de todos os lados.
Ronaldinho não poderá tombar vítima de um problema emocional. A blindagem do craque do campeão espanhol não terá esquema mirabolante, com guarda-costas truculentos protegendo o jogador 24 horas por dia. Nem seguirá os modelos de proteção que os grandes ídolos pop têm quando são protagonistas do evento. Parreira e seus assessores querem Ronaldinho descontraído, leve, como se estivesse no seu clube ou na casa da família em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
– O Ronaldinho é, hoje, disparado, o jogador mais requisitado do planeta. A comissão técnica da Seleção vai desenvolver um trabalho em torno dele para que nada interfira no seu descanso, no seu trabalho e, por conseqüência, no seu desempenho. Já basta o modo como ele é exigido fora de campo. E, na Copa do Mundo, certamente será ainda mais requisitado. Não vamos permitir – brada revela Parreira.
O esquema de blindagem ao craque será acionado na próxima segunda, no momento que o jogador se apresentar à Seleção, em Weggis, na Suíça. Por ordem de Parreira, em comum acordo com o preparador físico Moraci Sant'Anna, Ronaldinho passará três dias sem grandes atividades. Será submetido aos exames médicos e depois, sossego. Os compromissos fora de campo também serão cuidadosamente analisados pelo comando da Seleção. Ronaldinho não terá privilégios para deixar a concentração do Brasil e atender outros interesses que não sejam os da equipe.
Existe, ainda, a preocupação com a exploração da imagem do jogador por entidades não ligadas ao futebol. Mais uma vez o exemplo é Ronaldo, que na Copa de 1998, sofreu todo o tipo de assédio, desde entidades sociais de crianças excepcionais até a Fundação Madre Teresa de Calcutá. O resultado de tamanho assédio foi a convulsão que o atacante sofreu horas antes da final do Mundial. Da atual comissão técnica da Seleção, Zagallo, o supervisor Américo Faria e o preparador físico Paulo Paixão acompanharam de perto o drama que Ronaldo viveu na França e são testemunhas de que Ronaldinho não pode enfrentar a mesma situação.
– O Ronaldinho é a bola da vez dessa Copa, como foram os grandes craques nas outras Copas. O mundo vai estar de olho nele. De nossa parte, cabe protegê-lo de todas as interferências externas – avisa Parreira.
Tudo o que o treinador da seleção deseja é o melhor do mundo leve, sem pressão, para que jogue pelo Brasil o que costuma mostrar no Barcelona. Pressão, só para os inimigos.
– Na Seleção, ele tem a mesma liberdade que tem no seu clube. Engana-se quem pensa que joga aberto na ponta, sem se preocupar com a marcação, e por isso aparece mais no Barcelona do que na Seleção. Lá ele joga 60 partidas por ano e por isso aparece mais; aqui na Seleção, joga só 10 partidas no máximo, por isso aparece menos. Na Copa, espero, vai aparecer mais para o Brasil – encerra o treinador.
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