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Os bancos privados consideram que a estratégia do governo argentino para flexibilizar o confisco das contas bancárias não solucionará o problema da sangria de depósitos, que chegou a 2,4 milhões de pesos em maio. O presidente Eduardo Duhalde assinou o decreto para a implementação das medidas – que prevêem a troca voluntária de depósitos por bônus do Estado – na sexta-feira à noite, 31 de maio.
O ponto de discórdia entre banqueiros e governo está nas opções que serão oferecidas aos correntistas: receber bônus em troca dos depósitos congelados ou esperar para receber os recursos em dinheiro, em várias parcelas e até 2005, de acordo com cronograma estabelecido em fevereiro.
– Os bancos não podem devolver o dinheiro nem hoje, nem em 2005 – disse fonte ligada a grandes bancos, que pregavam troca compulsória de depósitos por bônus.
As instituições temem, ainda, que a Justiça continue autorizando o saque de recursos confiscados. O projeto do governo prevê a emissão de três bônus. No caso dos depósitos a prazo fixo em dólares, o correntista poderá optar por um papel de 10 anos, na mesma moeda de origem. Outro papel teria prazo de vencimento de cinco anos e valeria para depósitos a prazo fixo em pesos. Para as contas correntes e poupanças, o governo oferecerá título de três anos, em pesos. Os correntistas poderão, também, cancelar dívidas bancárias e comprar ações e imóveis com os bônus, alternativa que, de acordo com os banqueiros, abrirá outra "torneira".
Grande parte desse dinheiro, dizem os representantes de bancos, irá para a compra de dólares. Em maio, as reservas do Banco Central argentino caíram US$ 1,7 bilhão, e atualmente alcançam um total de US$ 10,3 bilhões.
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