| 26/05/2002 21h12min
Reportagens publicadas pelas revistas Veja e CartaCapital, que circularam no fim de semana, trouxeram denúncias de supostas irregularidades cometidas pelo presidenciável Anthony Garotinho (PSB).
As acusações foram feitas pelo empreiteiro Guilherme Gomes Freire, que também entregou documentos sobre a administração de Garotinho à frente da prefeitura de Campos (RJ) ao Ministério Público Federal, no Rio.
Garotinho, que disputa o segundo lugar na corrida pelo Palácio do Planalto com o ex-ministro da Saúde José Serra (PSDB), conseguiu censurar até sexta-feira, dia 24, a reportagem da revista CartaCapital. No texto, Guilherme Freire afirma ter sido testa-de-ferro em operações comerciais do ex-governador e, em troca, favorecido em cerca de 800 licitações promovidas pela prefeitura de Campos, durante os mandatos de Garotinho no município (de 1989 a 1992 e de 1996 a 1998). Em 1996, Freire teria se recusado a participar da aquisição da TV Norte Fluminense, em Campos, por US$ 6 milhões. A atitude teria motivado o rompimento com o político e seu alijamento das supostas maracutaias.
Neste fim de semana, a revista Veja trouxe novas acusações contra Garotinho, todas apresentadas pelo empreiteiro e ex-amigo. Nas três páginas da reportagem, Garotinho é acusado de receber dinheiro de negócios ilícitos por meio da conta 12216-1 no Banco Itaú, agência Saara, no Rio. A conta está aberta em nome de Jonas Lopes de Carvalho Júnior, amigo íntimo e chefe de gabinete civil da gestão de Garotinho como governador do Estado.
Na quarta-feira, Freire esteve no Ministério Público Federal (MPF), no Rio, e entregou uma mala repleta de documentos, papéis diversos e fitas cassetes contendo gravações clandestinas de diálogos telefônicos. Entre as gravações, estaria uma fita comprovando a participação de Jonas, conhecido como Joninha, nos negócios irregulares de Garotinho.
Outro favorecido nas licitações da prefeitura de Campos e parceiro do ex-prefeito em transações suspeitas seria o empreiteiro José Geraldo Manhães. Segundo a revista Veja, Manhães teria depositado cheques destinados a Garotinho na conta de sua empresa. Os valores eram posteriormente devolvidos em dinheiro vivo. Uma das operações, de acordo com Veja, está gravada numa fita entregue ao Ministério Público.
Freire também entregou ao MPF um lote de fitas que apresentariam detalhes de uma operação em que Garotinho suborna um fiscal da Receita Federal, para livrá-lo de multas contra a empresa Garotinho Gráfica e Editora. A denúncia não é nova. No ano passado, transcrição dos diálogos foi publicada pelo Jornal do Brasil. Garotinho e Freire, ambos de 42 anos, foram colegas no Liceu de Humanidades de Campos, o mais tradicional colégio da cidade, na década de 70.
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