| 27/04/2006 16h55min
O Rei do futebol surpreendeu nesta quarta ao declarar, em Curitiba, que já sofreu discriminação, mas que isso nunca foi problema e pediu para que o assunto seja encerrado no futebol. Ele foi à capital paranaense para a fundação de um instituto que leva o seu nome.
– Estava na Alemanha, Inglaterra e Austrália numa promoção da Fifa e indaguei: ‘Vocês sabem quantos jogos de futebol tem no mundo por semana?’ Milhões, eu respondi. É bola na terça, quarta, quinta, sábado e domingo. Diante disso tudo, às vezes, acontece um caso. Quantas vezes me chamaram de macaco, negro do Brasil... Mas terminava o jogo e saíamos para jantar. Ocorrem episódios esporádicos. Temos então que parar com esse negócio de falar em racismo no futebol – disse Pelé, segundo o jornal Gazeta do Povo.
Ao falar sobre a Copa do Mundo, o ex-craque não poupou elogios à Seleção de Parreira, conforme o site GloboEsporte.com:
– Individualmente é a melhor desde 70, mesmo com o time de 82 estando no mesmo nível do apresentado hoje. A grande vantagem dessa seleção é que o Parreira e o Zagallo têm 22 jogadores no mesmo nível. Alguém sofre uma contusão, por exemplo, entra outro igual. Veja o caso do Juninho Pernambucano, um dos melhores da Europa, cinco vezes campeão francês, melhor jogador da França. Um atleta desse nível é nosso terceiro reserva – afirmou.
Porém, Pelé foi cauteloso ao comentar o favoritismo do Brasil:
– Sempre na minha experiência de Copa, o campeão não figurava entre os favoritos. Não vamos esquecer 50. Eu tinha 9, 10 anos e meu pai dizia que iríamos ganhar fácil. E perdemos a final. Teve a Hungria em 54. Isso sem contar a Holanda de 74, o Carrossel, e 78. E mesmo o Brasil, no Mundial de 82, perdeu para a Itália que era o pior time. Por fim, 2002, com a França e Argentina fracassando. Além disso, os árbitros têm medo de errar em favor do favorito – opinou.
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, afirmou nesta semana que o Brasil é o favorito a sediar a Copa de 2014, mas Pelé se mostrou contrário à iniciativa. Segundo ele, Curitiba é uma das poucas cidades do país que, talvez, tenha um estádio em condições (provavelmente se referindo à Arena da Baixada). O Rei citou também a economia como motivo para ser contra. Segundo o ex-jogador, não se pode sacrificar o povo mais uma vez, pois, ele citou o exemplo do Mundial de 1994 nos EUA, que foi totalmente financiado por empresas privadas.
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