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O desacordo entre o Ministério da Economia e o Banco Central argentinos em torno das propostas para colocar fim ao corralito, o congelamento de depósitos em vigor desde dezembro, converteu-se na mais nova ameaça ao governo da Argentina. A tensão deflagrada na quinta-feira, quando o mercado foi varrido por uma onda de rumores sobre a possível renúncia do presidente do BC, Mario Blejer, serviu de argumento para a alta desta sexta-feira, 17 de maio, de 5,2% na cotação do dólar, que fechou cotado a 3,45 pesos.
Por enquanto, a crise acumula outro saldo: o pedido de afastamento de três diretores do BC – apenas Amalia Martínez teve saída confirmada.
Blejer discorda publicamente da proposta do ministro Roberto Lavagna para atenuar o corralito. O ministro pretende oferecer aos mantenedores de depósitos em prazo fixo, que somam 40 bilhões de pesos (cerca de US$ 12,5 bilhões), uma série de opções para reaverem seus valores. O que incluiria devolver parte do depositado em espécie e o restante em bônus do governo em pesos ou dólares, com vencimento entre cinco e 10 anos. Os bônus poderiam ser usados na compra de bens ou ativos. Seria a forma, diz o ministro, de solucionar a crise que, segundo analistas, colocou em situação de insolvência a maior parte dos bancos argentinos e ao mesmo tempo promover alguma reativação da economia.
A alternativa proposta pelo BC está alinhada com as condições defendidas pelos bancos privados e pelo FMI (Fundo Monetário Internacional). Todos os depósitos de prazo fixo seriam convertidos em títulos com vencimento em 10 anos e o Estado como único avalista.
Os bancos privados transferiram para o FMI as expectativas de solução para a controvérsia. Espera-se que, no encontro marcado para a próxima terça-feira, em Washington, a diretora-executiva do Fundo, Anne Krueger, convença o ministro Roberto Lavagna a aceitar a aplicação de um plano compulsório – reedição do Plano Bonex usado no governo Menem (1989-1999).
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