A produtividade da indústria caiu 1,4% em 2005 e reflete a desaceleração da produção. Segundo informou hoje a Confederação Nacional da Indústria (CNI), de 2001 a 2005, a produtividade cresceu, em média, 0,7% ao ano, frente a um crescimento anual médio de 5,9% no quinqüênio anterior (1996-2000).

No ranking elaborado pela Confederação entre 23 países, o Brasil ficou em quarto lugar em produtividade do trabalho de 1996 a 2000. No primeiro quinqüênio desta década, a posição caiu para o 22º lugar. Segundo a entidade, nos primeiros quatro anos desta década, a corrida pelo aumento da produtividade foi liderada pela indústria indiana.

Segundo a confederação, a redução da produtividade no ano passado não surpreendeu e reflete uma desaceleração da produção, que cresceu 8,5% em 2004 e apenas 2,8% no ano seguinte. O baixo crescimento da produtividade tende a reduzir os ganhos de competitividade conquistados com a modernização do parque industrial brasileiro ocorrida nos anos 90, afirmou a CNI.

A entidade calcula a produtividade dividindo a produção industrial do período estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) pelo número de pessoas empregadas na indústria levantado pela própria CNI ou pelas horas trabalhadas.

O baixo crescimento da produtividade foi acompanhado de um crescimento do pessoal empregado, que tradicionalmente responde com defasagem aos ciclos da produção. O emprego cresceu 3,5% em 2004 e 4,2% em 2005. Com mais pessoas produzindo menos, houve redução da produtividade.

Para a CNI, o baixo nível de investimento também ajuda a explicar a redução da produtividade, fenômeno que pode afetar as exportações do país no futuro, alertou a entidade.