| 07/04/2006 07h00min
No bairro Ipanema, na Capital, uma vira-latas adotou uma gata órfã como filha e, como se não bastasse, amamenta o pequeno felino. Não há quem saia da casa de Carmem Benites Veiga, a dona da cadela Rebeca, de cinco anos, sem a certeza de ter presenciado uma cena raríssima.
– Isso é uma lição de vida. As diferenças não existem para elas, sabe? Todos deveriam se espelhar no exemplo de solidariedade da Rebeca – afirma Carmem.
A filhote apareceu na residência há cerca de duas semanas. Embora três gatos residissem lá, a nova moradora chamou a atenção de Rebeca. Acabou batizada Regina da Glória, em homenagem à personagem de uma empregada doméstica da novela Belíssima. Desde o encontro, Rebeca dá banho em Regina da Glória com a língua e amamenta a gata cerca de cinco vezes por dia.
– Quando eu vi pela primeira vez, quase caí para trás. Depois, fiquei tão feliz com aquilo – lembra Carmem.
A explicação para o fenômeno chama-se pseudogestação, algo que também pode acontecer com mulheres. Segundo a presidente da Associação dos Clínicos Veterinários de Animais de Pequeno Porte do Estado, Maria do Carmo Siqueira Lanita, a cadela acreditava estar prenhe antes de a gata chegar à casa. Como nunca teve filhotes, acreditou que a felina fosse sua cria e produziu leite para amamentá-la.
– É puramente psicológico. Quando acontece, as cachorras normalmente adotam um cãozinho ou até mesmo um objeto como filho. O que não é comum é escolher justamente um gato – acrescenta João Antonio Tadeu Pigatto, professor da Faculdade de Veterinária da UFRGS.
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