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 | 05/04/2006 12h07min

Bottini reconhece que Varig tem urgência por investidores

Caixa baixo e sazonalidade nas operações dificultam recuperação

O presidente da Varig Marcelo Bottini reconheceu nesta quarta que o caixa da Varig hoje é bastante limitado e que a empresa tem tentado controlar a situação, mas voltou a dizer que é preciso ter pressa para encontrar a solução, apontando para a urgência de que um investidor seja encontrado.

Questionado sobre a solicitação da Varig de ganhar mais prazo junto aos principais credores do governo e empresas de leasing, Bottini justificou que, além do caixa baixo, o primeiro semestre do ano mostra sazonalidade nas operações da companhia, o que prejudica as vendas de passagens.

– O plano de recuperação mostra que o primeiro semestre do ano tem uma sazonalidade negativa, o que nós chamamos de baixa estação. Isso precisa ser enfrentado. A primeira medida que tomamos foi junto aos credores, para que todos pudessem ter um entendimento disso, já que todos conhecem o plano, para criar um colchão, alguma facilidade para superar isto. A segunda medida é a busca de investidores – disse Bottini.

Conforme o presidente, enquanto o processo de recuperação não é finalizado, que é a criação dos FIPs (Fundos de Investimentos e Participações), não há investidor.

– Neste momento não temos carência de prazos. Temos algumas entidades envolvidas e todos devem estar de acordo para que as coisas funcionem – explicou.

Pouco antes de se juntar à assembléia de credores desta quarta, Bottini comentou que a proposta da VarigLog não invalida a criação das FIPs.

– Foi uma proposta fora dos FIPs, já que os FIPS não estão prontos. Sem dúvida, os fundos continuarão existindo e acharemos uma maneira de conviver com isso - disse o executivo, ao comentar que é possível equacionar a proposta com a existência dos fundos – declarou.

O presidente da companhia também destacou que a estratégia da Varig é ter foco nos vôos internacionais e concentrar as operações domésticas nas principais cidades do país, como rotas alimentadoras destes vôos internacionais que chegam ao Brasil.

Com relação ao governo, Bottini informou que enviou propostas aos credores federais e pediu uma audiência com o presidente Lula, que ainda não foi agendada. O presidente da Varig confirmou ainda que tem mantido contato com a ministra da Casa Civil Dilma Rousseff para tratar de assuntos ligados a empresa.

O objetivo de Bottini é fechar com os principais credores do governo, entre eles a Infraero e a BR Distribuidora, uma linha de crédito que facilite por alguns meses o pagamento das despesas correntes e que possa começar a ser quitada a partir do segundo semestre, quando as vendas de passagens começam a voltar, segundo ele, ao ritmo normal.

AGÊNCIA O GLOBO
 
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