| 17/03/2006 18h46min
A exemplo do que ocorreu em 1994, o frango volta a brilhar nas prateleiras dos supermercados com preços ainda mais baixos do que naquela época e promessas de muitas filas e vendas recordes. No entanto, e ao contrário do verificado no início do Plano Real, nem todos têm motivos para comemorar. O alívio para o bolso do consumidor é resultado da queda nas exportações. Com os casos de gripe aviária em mercados importantes como Ásia e Europa, os produtores brasileiros foram obrigados a direcionar para o consumidor interno, fazendo os preços despencarem para patamares que, segundo eles, estão abaixo do custo de produção, e assim, reeditando megapromoções.
Para o diretor comercial de carnes e aves do Grupo Pão de Açúcar/Sendas, Wilson Barquilla, apesar do sucesso alcançado há 12 anos, desta vez o frango volta menos "estrela", mesmo ostentando um novo preço recorde.
– Naquela época, havia uma equivalência de preço: o quilo custava R$ 1 e R$ 1 era igual a US$ 1. Hoje, esse R$ 0,99 (preço que será cobrado pelo frango no fim-de-semana) resulta de um sacrifício muito grande do fornecedor e um sacrifício nosso também. Só para se ter uma idéia, para se criar e engordar um frango, o custo hoje é de R$ 1,59. O frango vivo está sendo vendido a R$ 1, portanto o produtor está sendo sacrificado. E tudo isso só acontece por causa da gripe aviária lá fora – explicou.
O diretor acredita que os preços do frango no mercado brasileiro voltem ao normal dentro de 30 a 40 dias. De acordo com Barquilla, há cerca de 15 dias, o total de aves alojadas (em processo de engorda) era de 420 milhões, número que já caiu para 350 milhões.
– Quando chegar a 300 milhões, esse mercado se estabiliza, o que deve ocorrer dentro de um mês ou um mês e meio – calcula.
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