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O governo brasileiro espera apenas a definição do nome do novo ministro da Economia da Argentina para retomar as negociações sobre o Convênio de Crédito Recíproco (CCR), que assegura aos exportadores o recebimento pelas vendas feitas. De acordo com o secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior (Camex), Roberto Giannetti da Fonseca, que participou ontem, dia 25, de seminário sobre comércio exterior na Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), a intenção é adotar, depois, o mesmo convênio com os outros 10 países integrantes da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi).
Entre janeiro e março deste ano, o Brasil teve superávit de U$ 1 bilhão na balança comercial, apesar da crise na Argentina, para onde houve redução de cerca de 70% nas exportações em relação às de igual período do ano passado. O saldo positivo, ressaltou Giannetti, se deve aos novos mercados explorados pela indústria, como China, Leste Europeu e países do Oriente Médio.
– Além de termos buscado novos mercados, reduzimos as importações em 24% nesses primeiros três meses do ano – explicou o representante da Camex.
Ontem, na abertura do seminário, o presidente da entidade, Renan Proença, aproveitou para divulgar o superávit na balança comercial gaúcha, que chegou a US$ 486,8 milhões no último trimestre. Sobre a reivindicação dos empresários do setor do aço, que defendem a elevação das tarifas do imposto de importação do produto, Giannetti afirmou que ela não será atendida. Desde que os Estados Unidos anunciaram a adoção de medidas protecionistas no setor, as siderúrgicas brasileiras também querem resguardar o mercado interno.
– Não há mudança significativa nas importações que justifique a sobretaxa pedida para a compra de aço de fora do Brasil. Até junho, vamos negociar a questão das salvaguardas com os Estados Unidos e com a União Européia, que recentemente também adotou medidas protecionistas no setor. Depois, devemos levar o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC).
Também não será atendido o pedido feito pela Associação Brasileira da Indústria de Trigo (Abitrigo), de que seja eliminada a tarifa de 11,5% cobrada sobre as importações do grão que vem de fora dos países do Mercosul. A Argentina, que abastece 70% do mercado brasileiro de trigo, passou a cobrar este ano sobretaxa de 20% sobre as exportações do grão e, devido ao feriado bancário decretado no início desta semana, não estava mais embarcando o produto. Segundo Giannetti, como o estoque atual de trigo no Brasil é suficiente para um período de até 50 dias, não existe justificativa para a mudança.
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