| 24/02/2006 14h29min
A expansão de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2005 em relação a 2004 divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirma o efeito adverso dos juros altos sobre a economia brasileira. A avaliação é do economista da Confederação Nacional da Indústria (CNI) Paulo Mol.
Segundo ele, o crescimento de 2,3% do PIB brasileiro foi baixo e considerado ruim se comparado com a expansão média de cerca de 4% projetada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para a economia mundial.
– O resultado é próximo à previsão de 2,5% feita pela CNI no fim do ano passado para o crescimento da economia em 2005 – afirma o economista.
Ele destaca que o investimento foi o componente que teve o pior desempenho em 2005. Conforme o IBGE os investimentos cresceram 1,6% na comparação com o ano anterior, uma taxa baixa diante da expansão de 10,9% registrada em 2004.
– Isso mostra que a política monetária restritiva tem efeitos adversos relevantes sobre os investimentos – diz Paulo Mol.
A indústria brasileira também teve um desempenho tímido influenciado pelos juros altos. O crescimento de 2,5% no ano passado foi sustentado basicamente pela alta de 10,9% da indústria extrativa mineral. A construção civil teve uma expansão de apenas 1,3%, assim como a indústria de transformação, o que é considerado muito ruim pelo economista pois mostra que o setor ficou acomodado em 2005.
Para 2006, a CNI mantém a projeção de um crescimento de 3,3% para a economia brasileira e de 4,2% para o setor industrial, informa Paulo Mol.
Segundo ele, a expansão de 0,8% da economia no quarto trimestre de 2005 em relação ao terceiro trimestre evidencia uma pequena melhora, que indica um crescimento tímido no início de 2006.
– Este ano deverá ser melhor que 2005, considerando a manutenção da trajetória de queda dos juros – avalia o economista.
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