| 16/02/2006 14h02min
As manifestações contra as caricaturas do profeta Maomé se repetem pelo quarto dia consecutivo hoje no Paquistão. O governo local acredita que os protestos foram estimuladas por elementos criminosos.
As cenas dos últimos três dias voltaram a se repetir hoje, quando milhares de manifestantes percorreram as ruas de Karachi contra as charges do profeta do Islã. O protesto foi organizado pelo grupo sunita Jamat Ahle-Sunnat, sob forte vigilância de milhares de agentes para tentar conter eventuais focos de violência. Nos últimos dias, foram atacadas também algumas redes de fast-food norte-americanas como McDonald's e Kentucky Fried Chicken (KFC).
Hoje há um grande número de policiais e agentes paramilitares diante desses restaurantes em Karachi.
N quarta, três pessoas - entre elas uma criança - morreram e pelo menos outras 50 ficaram feridas em duas manifestações realizadas nas províncias de Fronteira Noroeste do Punjab contra as polêmicas
caricaturas.
Na manifestação mais
violenta registrada até agora no Paquistão, na cidade de Peshawar, capital da província Fronteira Noroeste do Paquistão, uma criança de oito anos morreu. A Polícia de Peshawar disse que a criança morreu devido aos "disparos indiscriminados de manifestantes", mas os participantes responsabilizam os agentes que atiraram para dispersar a multidão, quando a criança tentava fugir da área.
Em outro incidente, na Universidade do Punjab em Lahore, um jovem de 18 anos morreu durante um protesto contra as caricaturas. Hoje, centenas de estudantes da universidade participaram de uma nova manifestação para protestar contra a morte do jovem, que trabalhava na cantina da universidade.
Os estudantes exigem que a polícia denuncie por assassinato o presidente do Paquistão, general Pervez Musharraf, o primeiro-ministro, Shaukat Aziz, e o chefe do governo provincial, Choudhury Pervez Elahi, a quem culpam pela morte de "Goshi". As autoridades, no entanto, insistem que o jovem morreu na troca de tiros entre os agentes e manifestantes.
Durante toda esta semana, houve violentas manifestações contra as charges em Lahore, Peshawar e Islamabad, que causaram a morte de cinco pessoas. Hoje, os protestos chegaram a Karachi, capital da província de Sindh, mas sem a violência que marcou as manifestações anteriores.
Musharraf acredita que "elementos criminosos" estão por trás dos violentos protestos organizados esta semana em seu país contra as charges, informou hoje a agência de notícias estatal "Associated Press of Paquistan".
Tanto o presidente como Aziz condenaram, em comunicado, as caricaturas e pediram "calma" à população paquistanesa.
AGÊNCIA EFEGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2008 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.