| 14/02/2006 10h31min
Sob o comando de uma mulher, o Unión Maracaibo será o primeiro adversário do Inter na Libertadores, às 20h desta quinta. Marilene Huerta, 39 anos, é a presidente do clube deste 2004, tendo sido indicada para o cargo pelo prefeito de Maracaibo, Gian Carlo Di Martino, já que a equipe é mantida pelo município. Formada em administração de empresas, com mestrado em gerenciamento, a dirigente concedeu entrevista a Zero Hora nesta segunda e assegurou que a equipe não cairá na primeira fase da Libertadores e admitiu nada saber sobre o Inter. Ela alertou que todos subestimam o Maracaibo por ser uma equipe nova.
A presidente declarou que o Maracaibo é experiente, que disputou a Libertadores do ano passado (e caiu na primeira fase). Porém, ela reconhece que a equipe não pode se comparar com seus adversários:
– É claro que não podemos comparar um clube com cinco anos de vida com Inter, Nacional e Pumas, que são muito mais antigos e têm mais tradição no torneio. Mas temos um grupo campeão, com nove jogadores com passagem pela seleção venezuelana – afirmou a dirigente sobre sua equipe, que tem um orçamento de US$ 1 milhão por temporada (o Inter, por exemplo, destinou R$ 33 milhões, o equivalente a US$ 15 milhões).
Sobre a realização dos treinos do Inter no estádio do Maracaibo, Marilene explicou que essa decisão ficará a cargo da prefeitura:
– O estádio é do município. Quem deve cedê-lo é o prefeito. A prefeitura cuida muito do gramado, e não permite que ele seja utilizado fora de dias de jogos. Nós só treinamos lá uma hora por semana. Na Libertadores é assim: ninguém quer emprestar o seu estádio ao adversário – disse.
Durante o mandato de Marilene Huerta, o Unión conquistou dois títulos nacionais (torneios Apertura e Clausura), além de se sagrar campeão absoluto da Venezuela (ao ganhar o Apertura e o Clausura, na temporada 2004/2005). Questionada a respeito da participação de mulheres no comando do futebol, ela destacou que é a única na Venezuela:
– Assumi o clube por três motivos: tenho mestrado em gerenciamento, as mulheres estão acompanhando cada vez mais o futebol - representam 40% dos torcedores do Maracaibo -, e sempre estive ligada ao esporte. Fui juvenil da seleção feminina de vôlei da Venezuela. Meu pai, Humberto Huerta, foi titular da seleção de beisebol – salientou.
Ao comentar sobre o preconceito, a presidente do Maracaibo contou que se sentiu discriminada por duas duas vezes: nos sorteios de grupos da Libertadores, na Conmebol, em Assunção:
– Fui subestimada em ambas as reuniões. Eu era a única mulher na sala, e percebia olhares de desaprovação. Havia um desconforto com a minha presença. Pois bem, administro um clube que tem apenas cinco anos de existência e que vence todos os campeonatos nacionais há duas temporadas, desde que assumi o Maracaibo – finalizou.
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