| 10/02/2006 18h24min
O vírus H5N1 encontrado numa fazenda da Nigéria é "exatamente igual" ao que matou dezenas de milhares de aves na China, na Turquia e na Croácia, disse o diretor-geral da Organização Internacional de Epizootiologia (OIE), Bernard Ballat, que teme que "toda a África será infectada".
O material genético do vírus detectado numa fazenda de galinhas no norte da Nigéria foi comparado ao de amostras do H5N1 coletadas na Turquia, na China e na Croácia, explicou Ballat. O diretor-geral destacou que a amostra recolhida na Nigéria é "100% igual à da Turquia e à da Croácia" e "99,8% igual à da China".
– Há uma certeza quase total de que o vírus (da Nigéria) vem da Ásia, com uma transição no Oriente Médio. A cepa viajou da China até a Turquia e agora chegou à Nigéria – disse.
Para a OIE, que tem sua sede em Paris, a hipótese mais provável para explicar a chegada do H5N1 à Nigéria são as aves migratórias. O problema agora é que "toda a África pode ser infectada", pois "uma vez que uma ave de criação é contaminada, o vírus se propaga com o comércio, os mercados e o movimento das pessoas", explicou.
Ballat lembrou que "os maiores vetores de contágio são as aves domésticas e as pessoas que tiveram contato com o vírus". O novo cenário que se abre com a chegada do H5N1 à África é "preocupante", pois aumenta a ameaça de a doença "acabar invadindo o mundo inteiro".
Para tentar freá-la, Ballat recomendou a mobilização de "muitos recursos para ajudar os países pobres a vacinar as áreas afetadas e próximas a estas".
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