Os advogados da ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney e do marido dela, Jorge Murad, entregaram à Justiça, nesta terça-feira, dia 9, uma lista de nove supostos doadores do R$ 1,34 milhão apreendidos pela Polícia Federal no escritório da Lunus, Comércio e Participações, em São Luís. Segundo o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, os doadores são oito empresários amigos da família Sarney.

A ação na Lunus ocorreu devido à suspeita de de que a empresa possa fazer parte de um esquema de desvio de recursos da extinta Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).

Castro, no entanto, não divulgou os nomes dos doadores, alegando que havia assumido o compromisso com Murad de apenas entregar a lista ao Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, em Brasília. O material foi distribuído ao juiz Mário Cesar Ribeiro, que ainda não decidiu se abrirá ao público o conteúdo da lista. Os valores do dinheiro que cada um teria doado à campanha de Roseana estão discriminados na lista. Apesar de não liberada oficialmente pela Justiça, a lista acabou vazando para a imprensa (veja a tabela).

A crise provocada pela tentativa de intimação de Roseana, no entanto, está perdendo força no Congresso Nacional, mesmo após as declarações do Ministro da Justiça, Miguel Reale Júnior. Ele afirmou, nesta terça, que Roseana e Murad estariam assumindo as irregularidades no momento em que buscam foro especial. Tanto o presidente do PSDB, deputado José Aníbal (SP), como o líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), adversários históricos, escolheram o mesmo adjetivo "infeliz" " para qualificar a avaliação do ministro. Inocêncio reconheceu que a reconsideração da Polícia Federal sobre a intimação foi importante para serenar os ânimos.