As vendas do antigripal Tamiflu, produzido e comercializado pela empresa farmacêutica suíça Roche e utilizado no combate à gripe, deram um salto espetacular em 2005, subindo 370% em relação ao ano anterior. No total, a receita gerada unicamente com o medicamento foi de 1,558 bilhão de francos (cerca de 1,005 bilhão de euros).

A alta se explica pela decisão de vários governos, principalmente de países desenvolvidos, de criar reservas de Tamiflu diante da ameaça de uma pandemia de gripe aviária em seres humanos.

– O risco de uma pandemia constitui um desafio para a Roche – declarou hoje seu presidente, Franz Humer, por ocasião da apresentação dos resultados anuais da companhia.

O preço do remédio é inferior ao de mercado para os governos que desejam constituir reservas do medicamento com fins de prevenção da gripe aviária, anunciou a farmacêutica suíça. Até agora mais de 60 países solicitaram o Tamiflu, e alguns já contam com reservas suficientes para atender as necessidades de 25% a 40% de sua população em caso de uma pandemia, segundo afirmou o responsável da divisão Pharma da Roche, William Burns.

Segundo os planos da empresa, sua capacidade de produção será de 300 milhões de doses anuais até o final de 2006. Para enfrentar o aumento das vendas a Roche outorgou várias sublicenças para que companhias da China e da Índia também possam produzir o remédio. Além disso, a multinacional suíça doou cinco milhões de doses de Tamiflu à Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os dirigentes da Roche revelaram que seus pesquisadores farão acompanhamento dos resultados do antiviral para detectar eventuais surgimentos de resistências, e que continuarão colhendo dados sobre sua eficácia contra o vírus H5N1, causador da gripe aviária.

Quanto ao uso do Tamiflu no combate à gripe comum, a União Européia autorizou hoje o uso do remédio com fins preventivos em crianças de até 12 anos, seguindo o exemplo das autoridades sanitárias dos Estados Unidos em dezembro último.

A Roche, segunda empresa farmacêutica mais importante da Suíça por volume de negócios, anunciou que em 2005 obteve lucro líquido de 6,730 bilhões de francos (4,342 bilhões de euros). A empresa informou que suas vendas cresceram 19% no total, até produzirem um valor recorde de 35,511 bilhões de francos (22,910 bilhões de euros).

AGÊNCIA EFE