| 30/12/2005 10h03min
O vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, acredita que a taxa de câmbio é o principal fator inibidor da expansão das exportações brasileiras em 2006. A previsão da entidade é que o crescimento das exportações no próximo ano seja de apenas 2,8% em relação a 2005, que registra até o momento incremento de 23% sobre 2004.
– A taxa de câmbio hoje alcança diretamente os produtos manufaturados porque as commodities e os semi-manufaturados têm cotações internacionais. Como a taxa de câmbio é apenas um fator de rentabilidade, a competitividade do produto é garantida, qualquer que seja essa taxa – explicou.
Castro revelou que a AEB está prevendo, inclusive, queda de 0,4% nas exportações de manufaturados em 2006, em função da taxa de câmbio.
– As pequenas e médias empresas, especialmente, vão sentir mais ainda em 2006, a exemplo do que ocorreu em 2005, o efeito da taxa de câmbio – afirmou o especialista.
José Augusto de Castro
manifestou que a AEB não consegue enxergar elevação da taxa cambial no próximo ano porque "se o governo elevar a taxa de câmbio, corre o risco de puxar junto a inflação". Conforme analisou o vice-presidente da AEB, o aumento da taxa de câmbio deveria vir acompanhado da queda da taxa de juros, até o limite de 15%.
Castro estima também que o volume de vendas brasileiras ao exterior deve chegar a US$ 119 bilhões em 2005, com importações em US$ 74 bilhões.
Segundo ele, o bom desempenho da balança comercial brasileira registrado ao longo de 2005 foi resultado do esforço conjunto dos segmentos envolvidos no comércio internacional.
Mas as metas estipulada pelo ministério - de exportações da ordem de US$ 117 bilhões e saldo (exportações menos importações) de US$ 44 bilhões - foram superadas, respectivamente, na semana passada e no último dia 28. Em 2004, o saldo foi positivo em US$ 33,7 bilhões e em US$ 24,8 bilhões em 2003.
Números da
Secretaria de Comércio Exterior, ligada ao
ministério mostram que a projeção do início do ano indicava exportações de US$ 108 bilhões, objetivo alcançado no mês de julho, quando Furlan elevou a meta anual para US$ 112 bilhões. Essa marca foi alcançada em setembro, e mais uma vez o ministro alterou a meta para os atuais US$ 117 bilhões.
Os dados consolidados da balança comercial serão divulgados na próxima segunda pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan.
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