O norte-americano Tim Montgomery, ex-recordista mundial dos 100 metros, e a velocista norte-americana Chryste Gaines, ouro olímpico nos Jogos de Atlanta no revezamento 4x100m, foram declarados culpados de doping pelo Tribunal de Arbitragem Desportiva (TAS) e suspensos por dois anos das pistas. Segundo anunciou nesta terça a entidade, o período de suspensão dos atletas deve ser contado a partir de 6 de junho de 2005, metade do reivindicado pela Agência Antidoping dos Estados Unidos (USADA).

Ainda assim, no anúncio do TAS fica claro que todos os resultados e títulos conquistados por Montgomery desde 31 de março de 2001 e por Gaines desde 30 de novembro de 2003 serão cancelados.

Montgomery e Gaines, que nunca deram positivo no exame, tinham sido acusados pela USADA, e os dois apelaram da proposta de suspensão perpétua baseada nas acusações do caso Balco, laboratório que teria fornecido esteróides a vários atletas, entre eles o próprio Montgomery e sua companheira Marion Jones.

A USADA e os atletas decidiram resolver a questão no TAS como instância única. O alto tribunal ressalta em sua resolução que os dois casos foram abordados de maneira separada por um júri presidido pelo canadense Yves Fortier e formado por Christopher Campbell e Peter Leaver.

Após uma alteração na data das audiências, estas foram realizadas entre 6 e 10 de junho deste ano no caso de Montgomery e de 11 a 14 de julho para Gaines. Por não terem dado positivo, o TAS especifica que as acusações se baseiam "em outro tipo de evidências". Uma delas seria o testemunho da velocista Kelli White.

Os atletas optaram por não testemunhar em seus comparecimentos ao TAS. Logo, os depoimentos de White não foram rebatidos.

A sentença do TAS fará com que desapareça de forma definitiva o recorde mundial de 100m que Montgomery ostentou por cerca de três anos após completar a prova em 9s78 em Paris, em 2002. O índice foi superado em 2005 pelo jamaicano Asafa Powell (9s77). Montgomery também conquistou em agosto de 2001 a prata nos 100 metros no Mundial de Edmonton e o ouro no revezamento 4x100.

AGÊNCIA EFE