| 05/03/2002 07h36min
Sob pressões do setor siderúrgico, o governo dos Estados Unidos deve anunciar nesta quarta-feira, dia 6, uma nova política de restrições à importação de aço. Nos últimos dias, a comunidade internacional intensificou sua pressão. Sanções comerciais contra os EUA são cogitadas por Brasil, Japão, Coréia do Sul e Europa. Caso mantenham a decisão de taxar a importação do aço, os norte-americanos poderão enfrentar as mesmas dificuldades para entrar nesses mercados.
No Itamaraty, as promessas são de responder às barreiras norte-americanas com mais barreiras. Na semana passada, em decisão preliminar, o Departamento de Comércio dos EUA estabeleceu que os produtos de aço laminado a frio importados do Brasil devem receber sobretaxas de até 12,58%. O argumento é de que as produções da Usiminas, da Cosipa e da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) seriam subsidiadas porque receberam benefícios públicos no processo de privatização.
O Brasil questiona ainda a legalidade da proposta de Washington de deixar os produtos originários do México e do Canadá, seus parceiros no Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), fora da nova taxação. Segundo assessores do governo norte-americano, o presidente George W. Bush poderá aliviar mexicanos e canadenses da nova tarifa.
O vice-ministro japonês Katsusada Hirose disse esperar que Bush tome uma decisão adequada em relação à recomendação feita pela Comissão Internacional do Comércio dos EUA. A comissão chegou a pedir tarifas de até 40% para impulsionar os fabricantes de aço norte-americanos. Se no cenário internacional a pressão é intensa, nos Estados Unidos não é diferente. Bush é cobrado por sindicatos e indústrias a cumprir uma promessa de campanha: a de aumentar a proteção ao aço local.
A promessa tem um valor ainda maior neste ano, quando serão realizadas eleições para o Congresso. Ontem, o Brasil ganhou mais um aliado na briga do aço. As câmaras americanas de comércio de São Paulo e do Rio enviaram a Bush documento conjunto defendendo o produto brasileiro. Em nota, o presidente do Conselho da Câmara Americana de Comércio de São Paulo (AmCham-SP ), Robert Mangels, defende que a adoção de sobretaxa ao aço brasileiro seria um retrocesso na abertura de mercado pretendida com a criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca).
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