| 02/12/2005 18h49min
O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, admitiu, pela primeira vez, que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2005 não deverá atingir os 3,4% projetados pelo governo há alguns meses. Mas Palocci afirmou que o Brasil não vai mudar as linhas gerais da política monetária por causa da queda de 1,2% no PIB no terceiro trimestre. Segundo o ministro, a economia brasileira segue na rota do crescimento sustentado.
– Nós não vamos alterar a política monetária porque ela já mostrou duas vezes durante os últimos três anos que é muito eficiente – disse Palocci, que participa na capital britânica, como convidado, da reunião de ministros de Finanças do grupo dos sete países mais industrializados do mundo (G-7).
Palocci negou informações publicadas nesta sexta-feira de que membros do Banco Central (BC) teriam apontado, em conversas com o empresários, erros na metodologia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o cálculo do PIB.
– De dois em dois anos você terá uma queda do PIB da agricultura no terceiro trimestre por causa da lavoura do café. É um efeito técnico da metodologia adotada pelo IBGE e não quer dizer erro nem apuração incorreta – afirmou o ministro.
Mais uma vez Palocci reconheceu que a política de juros altos – que segundo ele mostrou eficiência no combate à inflação – tem efeitos colaterais, mas o ministro ressaltou a importância de dois dados registrados no 3º trimestre: o crescimento de 0,8% no consumo das famílias (categoria que correspondente a 60% do PIB) e a queda da produção industrial.
Na avaliação de Palocci, "a renda real continua crescendo, o emprego formal continua crescendo e o consumo está sustentado."
– Quando você tem uma queda da produção industrial e o crescimento do consumo, ou está acontecendo um ajuste de estoque ou você está convocando a indústria para retomar a produção – frisou.
Palocci se encontrou nesta sexta-feira com o ministro da Fazenda britânico Gordon Brown e, com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, John Snow. Com ambos, o ministro discutiu a importância de evitar que termine em fiasco a próxima rodada de negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC), que começará no dia 13, em Hong Kong.
– A melhor resposta que as nações podem dar é uma nova etapa de abertura comercial – disse Palocci.
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