| 29/11/2005 14h58min
Superada a desaceleração da economia no primeiro trimestre do ano, o Brasil deve apresentar um crescimento 3,7% em 2006, frente aos 3,2% de 2005, prevê a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Em 2007 o ritmo se mantém, chegando a 3,9%.
As conclusões aparecem no relatório semestral de perspectivas da organização publicado hoje. O documento aconselha que o Brasil aproveite o superávit de suas contas públicas para acelerar a redução do peso da dívida.
A recuperação observada a partir da segunda metade do ano deve se reforçar no curto prazo graças, em boa parte, ao consumo privado, à melhora das condições do crédito, à queda do desemprego e ao aumento do poder aquisitivo, ressalta a OCDE.
Além disso, as exportações seguem progredindo a um ritmo "dinâmico" por causa do elevado preço das matérias-primas vendidas pelo país e principalmente pelos bons resultados de outros produtos, segundo a OCDE indica na seção de seu relatório semestral reservada às economias de alguns grandes países não-membros.
Os autores do relatório advertem que as "turbulências políticas" motivadas pelas acusações de financiamento ilegal da última campanha presidencial "perturbam" o calendário legislativo e lamentam que, assim, "é pouco provável que o ritmo das reformas estruturais se acelere nos próximos meses".
No entanto, o documento insiste no fortalecimento dos fundamentos da economia brasileira e em sua capacidade de resistência, que permitem prever uma "recuperação do crescimento no médio prazo".
Em relação à política fiscal, a OCDE prevê que, "mantendo-se o bom caminho" trilhado, este ano será superado o objetivo estipulado pelo Governo de um superávit primário de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB) graças ao aumento das receitas.
A fonte de incerteza, observa o relatório, advém do calendário político, dada as eleições presidenciais de outubro de 2006.
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