O presidente da Câmara, Aldo Rebelo, adiou para quarta da semana que vem o julgamento do processo por quebra de decoro parlamentar contra o deputado José Dirceu (PT-SP). A decisão foi tomada depois que a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) aprovou o relatório do deputado Sérgio Miranda (PDT-MG) sobre recurso de Dirceu.

Miranda recomendou que o plenário só decidisse sobre o assunto após a análise da CCJ. Aldo Rebelo também decidiu esperar a votação de outro recurso de Dirceu no Supremo Tribunal Federal (STF), marcada para amanhã, para evitar contestações.

Dirceu disse acreditar que pode escapar da cassação e que não lhe resta outra alternativa senão tentar reverter a decisão do Conselho de Ética.

– Pra mim não termina no dia 30 esse capítulo da minha história recente. Quem se considera inocente não tem outra alternativa – afirmou o ex-ministro da Casa Civil.

Dirceu disse que está tranqüilo e que já deu provas suficientes de que não teme ser investigado. Indagado se estava confiante de que conseguirá preservar o mandato, Dirceu respondeu que aguarda a decisão com serenidade.

– Eu não estou confiante nem desconfiante, se é que essa palavra existe. Estou sereno, tranqüilo. Já dei provas suficientes ao país de que não temo ser investigado. Eu não temo nada. Não peço nem clemência nem misericórdia, eu quero um julgamento justo. Acredito que tenho chances reais no Supremo – afirmou.

Dirceu também voltou a criticar afirmações de integrantes da CPI dos Correios de que é réu confesso.

– Eu não sou réu confesso. Eles não apresentaram prova contra mim. Como vão me processar por empréstimos se agora dizem que não existiram? – indagou.

AGÊNCIA O GLOBO