| 22/11/2005 15h12min
Durante a audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, disse hoje que trabalhar com um superávit primário (economia feita para pagar as dívidas) menor implicaria um custo imediato ao país.
– Lógico que é possível ter um superávit menor, poderia ser 3,5% ou 4% em vez dos 4,25%. Mas os agentes econômicos vão perceber que nossa dívida não vai convergir para uma curva de redução, então ele cobra do governo agora e não no futuro. Caso contrário, quando se percebe essa curva de conversão, aquele que lida com título do governo aceita uma taxa de juros menor – acredita o ministro.
Ele explicou ainda que a evolução da dívida pública do país é resultado não só das taxas de juros como também da incorporação, pelo governo federal, de parte de dívidas dos Estados e outros "esqueletos". Palocci também afirmou que, além da taxa de juros, a evolução da dívida é influenciada pelo trabalho de gestão.
Segundo o
jornalista Josias de Souza, do site Folha Online, em reunião realizada ontem à noite, Palocci teria transferido para Lula a decisão sobre seu futuro no governo. Ele teria condicionado sua permanência no Ministério justamente a uma definição sobre as metas de superávit primário. O tema foi o objeto da discussão ocorrida dias atrás entre Palocci e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Nesta tarde, porém, Palocci se esquivou de comentar os pontos em que diverge de Dilma. O questionamento foi feito pelo deputado federal Alberto Goldman (PSDB-SP):
– Não é minha função citar diferenças. Quero trabalhar por coesões. Posso ser, inclusive, acusado de dumping pela oposição se fizer o que o senhor me propõe aqui – brincou.
Palocci também disse que o debate é natural e saudável e pediu que a oposição se una para aprovar coisas que são importantes para o país, independente do partido que esteja governando ou de quem esteja no comando do ministério da Fazenda.
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