| 18/11/2005 10h11min
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu hoje a permanência do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e defendeu a política econômica adotada pelo governo. Em entrevista concedida a nove emissoras de rádio regionais, Lula ainda deu indícios de que disputará a reeleição no próximo ano.
– Palocci é e continuará sendo o meu ministro da Fazenda. Ele tem a minha inteira e total confiança. O Brasil deve muito a ele. Não sei se um economista conseguiria fazer tudo isso – disse.
Desta maneira, Lula defendeu publicamente o ministro pela primeira vez após a divergência com a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. A gaúcha havia dito que o aperto fiscal deveria ser amenizado para aumentar os investimentos do governo.
– Fazemos ajuste fiscal por uma questão de responsabilidade. Um bom governante trata as questões financeiras de seu país como trata as questões financeiras de sua casa: com muita responsabilidade – defendeu.
Lula classificou ainda a divergência como saudável e disse que ela é normal no regime democrático. O presidente se preocupou em explicar o papel de cada um dos ministros e afirmou que reuniões são realizadas para resolver os problemas.
– A Dilma é extremamente importante para o governo e o Palocci é extremamente importante para o governo. Ela passa o dia recebendo as reclamações e traz para a minha mesa. O papel do Palocci é tentar segurar o máximo porque ele sabe que se não segurar a vaca vai para o brejo – resumiu.
Citando dados do crescimento das exportações, importações e empregos, o presidente classificou a política econômica de extremamente exitosa. Ele reconheceu que ainda é importante continuar avançando.
– Tudo vai melhorar a medida que o juros baixarem. Tenho orgulho em defender a política econômica. O Brasil está tendo a oportunidade de estar crescendo de forma sustentável. E este crescimento vai permitir a distribuição de renda e a justiça social – lembrou.
Ao ser questionado sobre uma eventual à reeleição, Lula voltou a dizer que ainda não definiu se será candidato. Logo em seguida entrou em contradição e admitiu que será candidato. Por fim, pediu desculpas pela confusão e disse ainda que o seu compromisso não é com a eleição, mas com a próxima geração. A decisão será anunciada em março ou abril de 2006.
– Na Constituição de 1988, votei contra a reeleição. Tenho esse pensamento. Mas agora ela está aprovada. O presidente da República não tem que fazer campanha eleitoral antes do começo da campanha. Não vou ser vidraça porque sou presidente. Eu vou comparar o meu governo com os outros e não vou partir do zero. Os meus adversários estão demonstrando pressa. Eu não estou – afirmou.
Sobre a crise política, o presidente criticou setores da oposição. Lembrou que a compra de parlamentares não existe e que as denúncias necessitam ser provadas.
– A CPI vai terminar e eles não vão provar o Mensalão. É humanamente impossível você imaginar que o meu governo chame deputados para negociar e pagar para votar. Tem gente que não se contenta ao ver o Brasil melhor. Eles pensam que quanto pior, melhor – ciriticou.
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