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 | 17/11/2005 14h13min

América do Sul quer erradicar aftosa nos próximos cinco anos

Mais de 320 milhões de cabeças devem ser imunizadas

Única região do continente americano que ainda convive com a febre aftosa, a América do Sul pretende erradicar clinicamente a doença até 2010. Para tanto o Grupo Interamericano para Erradicação da Febre Aftosa (Giefa), vinculado à Organização Panamericana de Saúde (OPS) e ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, intensificará as ações de prevenção e combate da doença nas áreas críticas a partir de 2006.

A implantação do programa exigirá investimentos de US$ 48 milhões – US$ 9,5 milhões por ano – segundo o coordenador do Giefa e presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Corte (CNPC), Sebastião Guedes.

As áreas críticas são a fronteira do Brasil com o Paraguai e do Brasil com a Bolívia, a região do Chaco (espalhada pela Argentina, Paraguai e Bolívia), o Equador e a Venezuela. O Norte e o Nordeste brasileiros, considerados como de risco desconhecido para aftosa, também foram incluídos na zona de cobertura do programa da Giefa. De acordo com Guedes, os países que devem fazer parte das ações de prevenção e combate da aftosa têm um rebanho estimado em 320 milhões de cabeças, das quais 200 milhões estão em território brasileiro.

– Temos que erradicar de vez a aftosa na América do Sul – diz o coordenador do Giefa, lembrando que a região desenvolve campanhas de combate da doença. Hoje Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru e Venezuela convivem com o mal. Argentina, Chile, Uruguai, Guiana, Guiana Francesa e Suriname não registraram nenhum caso da doença nos últimos anos. O Chile é considerado com área livre de aftosa sem vacinação, destaca Guedes. Já a Argentina e o Uruguai – a exemplo de partes do Brasil – têm status de livres da doença com imunização.

O programa de prevenção e combate da doença na América do Sul será desenvolvido por meio de parceria entre os setores públicos e privado, enfatiza o coordenador do Giefa. O Centro Panamericano de Febre Aftosa (Panaftosa), vinculado à OPS, também participará do trabalho, que envolverá campanhas de vacinação, comunicação e extensão rural e vigilância sanitária. Para implementar o projeto, está sendo criada a Associação do Grupo Interamericano para Erradicação da Febre Aftosa (Agiefa).

Guedes lembra que atualmente já existe uma cooperação bilateral na região para erradicar a aftosa. Tanto é assim que o Brasil tem fornecido vacinas para aplicar no rebanho bovino boliviano. O coordenador do Giefa espera que todos os países que ainda enfrentam a aftosa na América do Sul aceitem participar do programa.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA
 
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