| 16/11/2005 14h31min
O líder da Minoria na Câmara, José Carlos Aleluia (PFL-BA), afirmou hoje que a antecipação da audiência do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, é uma estratégia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para transferir a responsabilidade pelas denúncias contra o governo a amigos e aliados.
– Há um claro movimento dentro do governo, liderado pela chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para desestabilizar Pallocci, sob inspiração de Lula. Porque nenhum auxiliar do presidente da República se atreveria a criticar a política econômica sem o aval de Lula. O presidente está fragilizado mas, como é o responsável pela crise, procura transferir a responsabilidade para outros com o fim de libertar-se de um comprometimento direto que o levaria ao impeachment – afirmou Aleluia.
Aleluia acredita que o fogo amigo é parte de uma estratégia do Palácio do Planalto para tentar implementar uma linha ainda mais populista ao governo, como derradeira cartada para impulsionar uma eventual candidatura de Lula à reeleição.
– O quadro hoje é desfavorável a Lula. A rejeição do presidente é altíssima. Segundo as últimas pesquisas, pelo menos 80% dos brasileiros acreditam que há corrupção no governo do PT – afirmou.
Para Aleluia, não há dúvida de que Lula está querendo se descartar dos amigos, como procedeu em relação a José Dirceu.
– Palocci pode ser a bola da vez. Lula acha que afastando todos aqueles que praticaram irregularidades estará livre das pressões. Mas o Brasil inteiro sabe que Dirceu, Palocci, Gushiken, Sílvio Pereira, Delúbio, enfim, todos os seus amigos e aliados estavam a serviço do presidente. Se há um culpado por esse mar de lama, é Lula. Não há um único brasileiro que desconheça que Lula é o chefe de tudo – disse Aleluia.
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